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OPINIÃO: A epopéia colonizadora



Para os jovens de Rondônia, Costa Marques é o Município desse Estado no qual está localizado o histórico Forte Príncipe da Beira. Mas antes de dar nome ao Município de Costa Marques, Esperidião Marques foi o antigo nome de Guajará-Mirim, que hoje é a maior cidade rondoniense, na fronteira com a Bolívia.

A figura do engenheiro Manoel Esperidião da Costa Marques tem uma história que vai além da epopeia colonizadora regional da Amazônia. Não é por acaso que, além de dar nome cidade, porto, cachoeira, escolas e ruas, Esperidião Marques também tem o sangue de Rondon – sua mãe era Augusta Nunes Rondon, casada com o tenente-coronel Salvador da Costa Marques.

Esperidião Marques, como ficou mais conhecido, nasceu em Poconé (MT) em 1859. Aos nove anos, elaborou a maquete em argila de toda sua cidade, com praças coretos e jardins, ruas e avenidas, casas, solares e casebres, becos e ruelas, rios e acidentes geográficos, granjeando elogios gerais. Era a veia do engenheiro que transparecia.

 Já plenamente enfronhado na política, é eleito deputado geral e, nessa condição, aos 29 anos participa da redação de um dos mais importantes documentos da História brasileira, a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888. No Mato Grosso, essa participação é muito valorizada. Sua ajuda à princesa Isabel, nesse caso, resulta do voto dado à Lei Áurea, que surgiu como um enorme rascunho mas, ao final, ficou reduzido a poucas linhas.

Dez anos mais tarde, em 1898, Costa Marques começaria a saga que o tornou uma personalidade histórica para o início da exploração da Amazônia. Dedicou-se ao estudo da navegabilidade do rio Jauru, desde a barra no Paraguai até o Porto do Registro. Foi nesta época que seu amigo Balbino Maciel solicitou-lhe um estudo de viabilidade de construção de uma estrada de ferro ligando Porto Salitre (futuro Porto Esperidião) à Ponte Velha no rio Guaporé.

Depois da exploração do Guaporé (1896–1898), retornou à região no período 1901–1903 em missões para levantar o potencial econômico e extrativista da região, criar os postos fiscais de arrecadação do Estado.

A missão de Cândido Rondon estendeu linhas telegráficas pela região estudada por Costa Marques. A linha de Cáceres a Mato Grosso, depois Vila Bela da Santíssima Trindade, foi inaugurada em 21 de fevereiro de 1908 e de seu percurso fazia parte a estação de Porto Salitre. Como o engenheiro Costa Marques morreu de malária, em 18 de abril de 1906, Cândido Rondon pensou em homenageá-lo dando ao Porto Salitre o nome de Porto Esperidião, que seria oficializado em 1920.

Fonte: Carlos Sperança. 
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