Quarta-feira, 2 de outubro de 2013 - 11h50
Porto Velho completa oficialmente 99 anos de criação neste dois de outubro. A data foi marcada pela criação do município, então pertencente ao Estado do Amazonas.
Mas o espaço original no qual surgiu a cidade, segundo o professor e historiador Abnael Machado de Lima, foi ocupado pela primeira vez no período de 1866 a 1870 por um destacamento de soldados do regimento militar do Jamari, durante a guerra do Brasil contra o Paraguai.
No meio da floresta, os militares abriram uma clareira, onde construíram um cais e numa elevação no barranco do rio assentaram o acampamento . O local inicialmente ocupado seria hoje o Mirante Dois e a residência do Comandante da 17ª Brigada de Infantaria de Selva.
Com a saída dos militares o local ficou conhecido como Porto Velho dos Militares.
Já em 1871, novos moradores chegaram para habitar o lugar, desta vez padres Franciscanos, soldados e remadores bolivianos, ao todo 16 pessoas.
Roçaram a área, fincaram uma cruz e construíram uma barraca de palha, para se abrigarem. Mas a ideia dos padres, de acordo com o historiador, era estabelecer uma missão para catequizar os caripunas, nação indígena que ocupava a região. Mas desistiram por três questões: falta de apoio oficial, muitas doenças e a proximidade do local escolhido para ser o ponto de partida de uma ferrovia, cujas obras só seriam iniciadas anos mais tarde.
O que seria o ponto de partida de Porto Velho, foi então ocupado, após a saída dos religiosos em 1872, por agricultores e fornecedores de lenha para os vapores que trafegam no rio Madeira. Entre os agricultores um era conhecido como Velho Pimentel, e este teria se instalado exatamente onde estiveram os padres e onde funcionara um pequeno porto de lenha, dai o nome difundido da localidade passou a ser Porto do Velho e também Ponto do Velho. Já em 1882, o engenheiro Carlos Morsing, indicou o lugar para ser o ponto inicial da ferrovia, ainda em fase de projetos.
Já em 1907, o nome Porto do Velho foi adotado pelas empresas May, and Jekyl Randolph, esta contratada para a construção da ferrovia e a Madeira Mamoré Railwal Co. Ltda, proprietária da estrada de ferro e também pelos moradores do povoado, que a partir daquele ano começou a surgir nas proximidades das instalações da ferrovia, em terras devolutas do município de Humaitá. Mas o oficialização só veio com a Lei 741, de 30 de outubro de 1913, assinada pelo governador Jonathas Pedrosa, do Amazonas.
De acordo com registros do escritor Abnael Machado, o lugarejo crescia, mesmo contra a vontade da empresa Madeira-Mamoré. A população era constituída por trabalhadores dispensados pela construtora da ferrovia, ribeirinhos, moradores da vila de Santo Antônio, entre outros. “ Eram brasileiros e estrangeiros das mais diversas origens, morando em toscas improvisadas habitações construídas com materiais da floresta, sem preocupação com localização e alinhamento e se autogovernando”, relata o historiador. Segundo ele, construíam caminhos, aos quais davam nome de ruas, tais como rua do Comércio, da Palha, do Curral das Éguas, dos Portugueses e do Mocambo. E assim surgiram também o comércio, o cinema e os cassinos, estes mantidos, em geral por espanhóis, portugueses, árabes, italianos e judeus.
Em 1910 foi instalada a primeira agência postal, e nesta época a população estava em torno de 900 habitantes. Já em 1913, com a criação do Termo Judiciário de Porto do Velho, o povoado passou a ter um juiz municipal, que foi Natanael de Albuquerque e suplentes e um adjunto de promotor público Francisco Fernandes da Rocha, além de escrivão e tabelião.
Em dois de outubro de 1914, o governador do Amazonas, Jonathas Pedrosa, sancionou a Lei 757, criando o município de Porto Velho, que continuava a ser parte do Amazonas, mas com prerrogativas próprias. A instalação solene foi em 24 de janeiro de 1915. Fernando Guapindaia de Souza Brejense, então major reformado, foi o primeiro prefeito.
Hoje Porto Velho se destaca por ser a capital brasileira com maior área territorial, estendendo-se por pouco mais de 34 mil km² (sendo mais extenso que países como Bélgica e Israel), sendo também o município mais populoso da fronteira do Brasil, a população estimada em 2013 é de 428 mil habitantes, segundo o IBGE. E é a única capital a fazer fronteira com outro país, no caso a Bolívia. Conta com duas usinas hidrelétricas, Santo Antônio, que está em fase de conclusão e Jirau, que já tem uma turbina em funcionamento. Além de uma usina termoelétrica.
A presença de escolas de ensino fundamental, médio e técnico, universidades que oferecem cursos nas áreas de tecnologia, educação, saúde, incluindo medicina, engenharia civil, florestal e elétrica, entre outras, hospitais e indústrias dão a Porto Velho uma nova fisionomia. Novas empresas estão se instalando no município, com uma capacidade para gerar mais 700 novos empregos diretos e muitos outros indiretos. O Estado participa do crescimento do município pavimentando ruas, construindo equipamentos na área da saúde e educação. E na área da habitação está concluindo a construção de quatro mil moradias, para abrigar cerca de 16 mil pessoas, com previsão para entrega em abril de 2014.
Fonte: Alice Thomaz / Foto: Marcos Freire /Decom
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