Quarta-feira, 10 de janeiro de 2024 - 13h49
Depois
das promessas feitas no Ano Novo e do clima agradável de recomeço, a rotina de
janeiro retorna e nos acerta com os mesmos problemas do ano anterior, o
feminicídio. O brutal assassinato da artista cicloativista venezuelana Julieta
Hernández, no Amazonas, retrata a doença social que assola o país e torna o
nossa nação o quinto país que mais mata mulheres no mundo.
Quanto
vale uma vida? De acordo com a Constituição brasileira ela é inviolável,
intangível e sagrada. É o nosso bem mais precioso. Acontece que a vida de
Julieta Hernandez que tentava viajar o mundo em duas rodas levando arte e
alegria para as pessoas carentes foi roubada por um celular e por ações
machistas.
Na
antevéspera de Natal, dia (23), a ciclista que já havia percorrido os estados
do norte e nordeste e estava a caminho do seu país de origem desapareceu em
Presidente Figueiredo (AM). Julieta que fazia parte do grupo de artistas e
cicloviajantes deixou de dar notícia para os amigos para sempre. O corpo da
mulher que deixava sorrisos por onde passava como palhaça, foi encontrado em
estado de decomposição. A suspeita é que Julieta Hernandez tenha sido morta,
depois de ser estuprada, queimada e enterrada viva.
A mulher
que pedalou por 8 anos em diversos estados do país, levou acalento através de
apresentações artísticas para pessoas onde as políticas do estado não chegam,
perdeu a vida com requintes de crueldade da pior forma possível.
Julieta é
mais uma vítima do Brasil feminicida, da cultura misógina que não permite
que a mulher seja livre, que possa viajar, trabalhar, rir e ser dona da
própria vida. Por aqui ainda não é permitido sonhar e realizar sem correr
perigo.
Ela que
não precisava de muito para viver, tinha consciência de que somos feitos de
afetos e encontros, colecionava histórias e estórias, cantava encantava por
onde passava e não era presa às obrigações de uma vida sem sentido, não está
mais aqui. E nem vai conseguir voltar para sua mãe como queria.
A cada
vida perdida perdemos um pouco da capacidade de sonhar com um futuro melhor.
Para esse ano desejo mais empenho das autoridades para combater a violência
contra as mulheres, só assim poderemos realizar nossos sonhos e viver um pouco
mais seguras, em paz, nesse país que aparenta estar doente mas que ainda com
esforço pode sarar.
Chegou o penúltimo mês do ano comprovando que estamos cansados. Seja por causa da correria diária ou pelo esgotamento que vamos sentindo nessa época
Não existe democracia sem a participação feminina
Assistir o horário eleitoral e os debates dos candidatos a vereadores e prefeito me faz pensar que estamos evoluindo, mas ainda em passos lentos. No
Autonomia financeira salva mulheres todo dia
Outra semana cheia de notícias ruins por desrespeito masculino toma conta da internet. Dessa vez foi à traição e o fim do casamento da cantora Iza,
Mulheres de Rondônia realizam ato contra a PL do Estupro - PL 1904/2024
O Levante Feminista contra o feminicídio, transfeminicídio e lesbocídio de Rondônia, realizam neste sábado (15), às 17h no espaço Alternativo, um At