Sexta-feira, 24 de junho de 2022 - 14h21
1-Vida de gado e o cipoal tributário
É básico em economia que os preços de produtos e serviços sofrem a influência da lei de oferta e procura. É básico também que numa soma se as parcelas forem iguais, mesmo fora de ordem o total será sempre igual. Em 1953 a estatal Petrobrás foi criada e monopolizou a exploração e distribuição até 1997. FHC acabou com o ciclo de exploração exclusiva, mas o monopólio da distribuição continuou. Os preços de combustíveis eram fixados pela Petrobrás numa equação que não levava em conta o preço internacional do barril de petróleo, mas sob Temer esta regra mudou e mudando-se as parcelas ou a forma de se fazer a conta o resultado muda. Entra outro componente na equação. A guerra da Ucrânia moeu o mercado de petróleo e gás. O Brasil tentou e ainda tenta mudar as regras com tentativas até interessantes. Há, porém, dois obstáculos: o primeiro é o cipoal de impostos, royalties e contribuições e o segundo é que em ano eleitoral quem mamou na Petrobrás quer voltar e só vê a teta gorda. Por que o Brasil se perde em bate-bocas quando poderia seguir o caminho do Chile, Coreia do Sul e Espanha que cortaram impostos sobre combustíveis e gás ou Portugal que criou um voucher ou até os EUA que pretende adotar a redução de impostos por três meses. O caminho parece ser este, mas como Brasil não é para amadores, que tal uma CPI, um mimimi e uma greve geral só para ferrar o povo que ainda por cima é obrigado a pagar os custos, viver com a inflação e escolher no voto entre dois modelos anacrônicos e corruptos de esquerda e direita para manter o eleitor como gado no curral? É a treva.
Após o vexame das autoridades, do custo da operação e
do constrangimento do cidadão Milton Ribeiro, fica a dúvida: o problema é o
ministro, o padrinho ou é o ministério? Como disse Paulinho da Viola, “tá
legal, eu aceito o argumento”: Vá, lá que tenha sido a venda do carro da
família que por descuido, imperícia, incompetência ou algo do tipo não esteve
no foco das investigações. Contudo, que tal investigarmos a razão de tantas
trocas de ministros na pasta da Educação e por que foram todos tão
desimportantes para a vida do brasileiro? Quando se pergunta a qualquer pessoa sobre
a educação, a resposta é quase unânime: é ruim. E piorou na pandemia. Quando
olhamos índices de evasão ou abandono escolar, analfabetismo,resultados de ENEM,
olimpíadas de conhecimento ou principalmente do PISA- Programa Internacional de
Avaliação de Estudantes que avalia leitura, matemática e ciências, vemos que nossos
problemas estruturais são enormes e que o erro está na ausência da política que
entrega, monitora e revisa conteúdo. E basta-nos olhar para o vexame nas
universidades, em especial as públicas que recebem jovens recém-saídos do
ensino médio com uma carga de deficiências que impactarão sua vida acadêmica. E
a luta continua igual: salário, progressão, salário, quinquênio, tudo antes do
debate sobre currículos e aprendizagem. E aí a treva domina a pauta.
3-Sua eminência Gilmar Mendes
Na revista Crusoé que foi ao ar hoje, sexta feira,
dia 24 de junho, o articulista Mario Sabino escreveu sobre Gilmar Mendes,
ministro do STF, chamando-o de “o homem mais poderoso do Brasil. “Não existe
ninguém mais poderoso no Brasil do que Gilmar Mendes. Se um ministro do STF
pode tudo, ele pode ainda mais. Não há ninguém capaz de ombrear com ele. No
Supremo Tribunal Federal ele engoliu todos os presidentes do tribunal, desde
que Joaquim Barbosa deixou o cargo e retirou-se da Corte. Por qual motivo
ninguém lhe faz frente? É que o decano do STF, ao contrário do resto, sabe que
só tem poder quem efetivamente o exerce por inteiro. Age sem peias por
instinto, por origem e também, reconheçamos, porque leu Maquiavel melhor do que
qualquer outro integrante atual da Corte”. E continua o jornalista Mário Sabino com sua reportagem:
“A Lava Jato,
fulminada, serviu a que Gilmar Mendes estendesse o seu poder ao Poder Legislativo.
Ele, que era chapa, virou patrão. No Executivo, Jair Bolsonaro lhe é tão
devedor, que foi pedir a bênção para que ele fizesse a indicação de Kassio
Nunes Marques. André Mendonça? Gilmar Mendes, outra vez. Se Lula for eleito
presidente da República, ele terá um credor no Gilmar Mendes, atual decano do
STF, porque foi Gilmar quem o tirou da prisão.” E para quem acha que Gilmar
está afastado enquanto os ministros Alexandre Moraes, Fachin ou Barroso
farfalham na boca do palco, esperem abrir as cortinas. O protagonista da peça
será sempre ele. Na maioria das vezes em monólogo. Noutras com atores
secundários. Mas à frente, sempre ele.
Contato - leoladeia@hotmail.com
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