Domingo, 11 de novembro de 2018 - 10h16
Ator, jornalista, comunicador,
educador, produtor de TV, Marcelo Tas é um profissional multitarefas.Com cerca
de 13 milhões de seguidores no Facebook e no Twitter, ele é um dos
influenciadores mais premiados do país. Com redes sociais robustas, vê na
internet um espaço de comunicação promissor e define: “Rede social é que nem
escova de dente, tem que ser você que usa. Não adianta você emprestar para
alguém”. Ele conta que, com tantos seguidores, precisa de auxílio para lidar
com suas redes sociais, mas não abre mão do contato direto com os
internautas. “Tenho pessoas que me auxiliam, mas quem escreve e quem responde
sou eu”, garante.
Em
entrevista ao programa Conversa com Roseann Kennedy, da TV Brasil, Marcelo Tas
diz que o jornalismo é sua veia, seu pilar. E reflete sobre a função da
imprensa num cenário repleto de fake news. “O jornalismo, às vezes,
produz as suas próprias pérolas falsas e muitas vezes nem reconhece que eram
erros”. Mas ele é um otimista quanto ao futuro da comunicação. “Cada
veículo hoje, tem uma chance grande de construir uma nova credibilidade
principalmente reconhecendo o erro, respondendo a erro, respondendo a
questionamento de seus ouvintes, telespectadores, leitores.”
Para
Marcelo, é preciso reconhecer a responsabilidade de cada um nesse cenário de
informações falsas. “As pessoas tratam fake news como se
fossem os alienígenas que tivessem jogado as fake news aqui no
nosso planeta tão limpinho”, ironiza. “Nós é que produzimos fake
news e nós sempre produzimos. Então, a gente tem que baixar essa bola
do preconceito para poder participar dessa festa de oportunidades que é o mundo
digital”, complementa.
Marcelo diz que, no meio virtual é
preciso avaliar o que está funcionando e não fugir de assuntos relevantes,
principalmente quando se tratam de críticas. “A gente tem que praticar mais
isso: transparência. Que é você falar de assuntos que as pessoas estão querendo
que você fale, mas você não quer falar. E acho uma prática muito saudável tanto
para as pessoas, quanto para as empresas, escolas, governos, entenderem que
acabou o mundo que você falava e as pessoas ficavam caladas. É o mundo do
diálogo mesmo.”
Sobre
o clima de hostilidade na internet, Tas é crítico. “O hater é
um ser humano e muitas vezes um ser humano muito próximo. Você tem hater dentro
da família, muitas vezes. Todo mundo tem um tio, uma tia maluca... A rede é um
espelho do que é a realidade”. Para Marcelo, é preciso saber como responder ao
ódio com sabedoria e filosofa. “Uma pessoa que vai dedicar o tempo dela para te
odiar é porque você tem algo relevante que ela ou está invejando ou ela não consegue
fazer aquilo que você faz. Então, você tem que entender um pouco do ódio para
poder iniciar um diálogo. O ódio também é sinal de amor.”
Com
uma carreira sempre voltada para a educação, Marcelo Tas ficou conhecido pelo
papel de repórter ficcional Ernesto Varela, pela participação na série infantil
“Rá-Tim- Bum” (da TV Cultura), e pelo projeto de educação à distância
“Telecurso”, da Fundação Roberto Marinho. Foi líder programa de TV “CQC” por
muitos anos, faz comentários na rádio CBN e no Jornal da Cultura. Atualmente,
é membro do Conselho de Professores do IBMEC, na área de Inovação e
Jornalismo dando cursos on-line e trabalha na reconstrução do Museu da Língua
Portuguesa de São Paulo. Bem humorado, Tas ainda se define como extraterrestre
e diz que tem sonhos de trabalhar numa estação espacial. Com tantas atividades
diz que administrar o tempo é uma tarefa crucial nos dias
de hoje. “A era que a gente vive de aceleração, especialmente
por conta das comunicações é muito desafiadora”, conclui.
Edição: Sabrina
Craide
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