Terça-feira, 31 de agosto de 2010 - 19h22
As mulheres dos projetos de assentamento Flor do Amazonas I, II e III, em Candeias do Jamari (RO), concluíram no final de semana o “Curso Básico de Manejo e Criação de Galinha Caipira”, ministrado pelo Incra, através do Programa de Assessoria Técnica, Social e Ambiental à Reforma Agrária (Ates). Com essa capacitação, as participantes receberão a primeira parcela do crédito “Apoio Mulher”, que será utilizado para iniciar a criação e estruturar o negócio.
O curso teve duração de 22 horas entre teoria e prática, como vacinação, manejo inicial das matrizes, definição das raças e linhagens, seleção e classificação de ovos, prática de abate, embalagem e comercialização, e foi ministrado pela zootecnista Fabiana Alves Demen.
As 35 participantes definiram no próprio curso os primeiros passos para a execução do projeto aprovado no Incra. “Essa é uma etapa bem focada na prática, que é para dar início ao negócio ainda essa semana”, explicou o superintendente do Incra/RO, Carlino Lima. “Fazer reforma agrária não é só dar um pedaço de terra e de papel (título), é dar condições para as famílias sobreviverem no local com qualidade de vida, e não como favelados rurais. Mas é preciso também que elas queiram fazer dar certo”, concluiu Lima.
“Estamos dando passos pequenos para não cair”, afirmou a moradora do PA Flor do Amazonas III, Márcia Elias. Ela disse que só tinha uma noção do negócio porque criava galinha no quintal, mas faltavam as técnicas de comercialização. “É de grande importância esse curso, o Incra tá botando fé na gente e não vamos cruzar os braços”, garantiu.
A modalidade do crédito “Apoio Mulher” é nova no Incra e tem o objetivo de promover a inserção e a participação das mulheres na dinâmica produtiva e econômica do assentamento, e contribuir para a diminuição da desigualdade de gênero no meio rural.
Nessa modalidade o órgão destina R$ 2,4 mil por agricultora (pagos em três parcelas anuais de R$ 800), que podem ser utilizados na compra de animais, sementes, maquinário, utensílios e produtos agrícolas, além de materiais para a produção de artesanato. A quantia é liberada mediante a aprovação de projetos de produção coletiva, com grupos de, no mínimo, cinco mulheres.
Em Rondônia foram três projetos aprovados até o momento, envolvendo 73 agricultoras. São voltados para a criação de aves e suínos, desde a construção das granjas, aquisição de equipamentos, matrizes, até a consolidação do negócio.
Fonte: Jeanne Machado
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