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Meio Ambiente

Culinária da Amazônia tem influência indígena


 
Leandro Martins
Agência Brasil

A Rádio Nacional da Amazônia completou 32 anos nessa terça-feira (1º) e no próximo sábado (5) é o Dia da Amazônia. Para comemorar as datas, a rádio organizou a série especial Viver na Amazônia, que será exibida durante esta semana nas duas edições do Jornal da Amazônia. A Agência Brasil está reproduzindo as matérias. A reportagem de hoje é sobre a culinária da região.

Muitos pratos apreciados na Amazônia têm influência indígena, como o tucupi e o tacacá. O tucupi é um caldo muito apreciado na cozinha paraense. É um líquido amarelo que se obtém com a fermentação do suco da mandioca e serve como ingrediente de vários pratos, como o pato no tucupi.

O tacacá é um tucupi que leva mandioca cozida, camarão e jambu (um tipo de folha que provoca uma ligeira dormência nos lábios), temperado com pimenta de cheiro. É uma espécie de sopa encorpada capaz de substituir uma refeição. Para alguns, trata-se de uma comida, para outros, de bebida. Isso porque o tacacá é servido em cumbucas.

Por ser uma região de grandes rios, como o Amazonas, o maior do mundo, onde vivem mais de 2 mil espécies de peixes, não é surpresa que a culinária amazonense valorize tanto pratos como a caldeirada de tambaqui, o tucunaré e o pirarucu.

Conhecido também como o “bacalhau brasileiro”, o pirarucu é um peixe que vive no rio Amazonas e em seus afluentes e. Ele chega a pesar até 100 quilos, e medir dois metros de comprimento. A carne do pirarucu é branca e macia, e muito saborosa, e é consumida grelhada, desfiada ou cozida. O pirarucu é pescado principalmente em setembro e outubro.

Muitos pratos típicos da Amazônia são acompanhados por pirão, uma espécie de massa de farinha de mandioca que é cozida em caldo de peixe, ou no tucupi.

A Amazônia também é terra de muitas frutas saborosas, algumas delas completamente desconhecidos em outras partes do Brasil.

O exótico bacuri, que é metade flor e metade fruto, no início do século passado foi adotado pelo barão do Rio Branco, famoso diplomata brasileiro, como sobremesa dos grandes banquetes oficiais do Palácio Itamaraty.

O bacuri deve ser colhido e comido em 24 horas, senão perde o frescor da polpa, azeda e apodrece. É possível comê-lo fresco, mas pode ser servido como doce em calda, como sorvete, cremes e pudins. O bacuri disputa com o cupuaçu a preferência local.

Outro fruto muito apreciado na culinária amazônica é o piquiá. Alimento forte e oleoso, o piquiá costuma ser cozido para comer no intervalo das refeições, mas muita gente faz dele a sua refeição. Do piquiá também se faz o licor de piqui, uma bebida considerada fina.

Talvez a fruta amazônica mais conhecida hoje, fora da região, seja o açaí. O Pará e o Amapá são os estados onde há maior produção da fruta. Ali, é costume consumir a pasta do açaí, que tem um gosto levemente ácido, com peixe, arroz, e outros pratos quentes nas refeições.

Fora da Amazônia, essa fruta rica em nutrientes e calorias, costuma ser servida como uma sobremesa, misturada a banana e cereais. Hoje, o açaí pode ser encontrado em cidades de todo o Brasil, e tem fama mundial, sendo exportado para vários países, como França e Estados Unidos.

Quem anda pelas calçadas de cidades da região, como Macapá, a capital do Amapá, costuma encontrar vendedores de pupunha, uma espécie de coquinho verde, bastante oleoso, que é fervido com sal para ficar vermelho ou amarelo. Costuma-se servir a pupunha salgada, mas também pode ser adoçada, para ser servida como sobremesa.

Claro que não pode esquecer da castanha-do-Pará. Também conhecida como castanha-do-Brasil, ela pode ser comida ao natural ou ser usada em bolos, bombons e doces. Produto típico da região, essa oleaginosa é exportada para o mundo inteiro.

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