Quinta-feira, 14 de maio de 2009 - 15h54
Técnicos, produtores e autoridades estiveram reunidos, nesta quarta-feira, 13, no auditório da Emater, em Porto Velho, para um Encontro Regional sobre Ovinocultura. O objetivo do evento foi apresentar o resultado do diagnóstico realizado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Regularização Fundiária (Seagri) e Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater), com o intuito de conhecer as características do Estado para a produção do animal.
O Governo do Estado, atento à necessidade de diversificação e interessado em fazer da ovinocultura uma atividade economicamente sustentável, percebeu a necessidade de melhorar a qualidade do rebanho existente. Para o secretário de agricultura, Carlos Magno Ramos, "a demanda já se apresentava, isso foi detectado nos seminários realizados pela Seagri e o governo estadual sentiu a urgência de se investir nesse segmento". Para isso propôs a inserção de novas tecnologias de manejo e incentivo à organização social de produtores com capacitação de técnicos, a fim de favorecer uma assistência técnica mais adequada para que a atividade avance sem tantos entraves.
"A proposta inicial foi promover um levantamento técnico dos criatórios de ovinos em todos os municípios no intuito de conhecer as características próprias da ovinocultura, identificando os pontos positivos e negativos e propor estratégias de expansão da atividade no Estado de Rondônia", diz Emanuela Panizi, médica veterinária da Emater, responsável pelo projeto no Estado. Para o levantamento do diagnóstico levaram-se em consideração as instalações, manejo alimentar, Manejo reprodutivo, comercialização, expectativas e principais dificuldades dos produtores de ovinos.
Os resultados mostraram que hoje, em Rondônia, as criações são feitas de forma extensiva, praticamente sem adoção de tecnologia. O abate dos animais é feito tardiamente, o rendimento de carcaça é baixo e não há aproveitamento dos subprodutos como couro, miúdos e esterco.
No Brasil, o consumo de carne de ovinos per capita é de apenas um quilo de carne/ano, o que mostra que ainda há muito mercado a ser explorado. Mas a maior dificuldade está na comercialização dessa carne. Para que Rondônia possa comercializar o produto é preciso que se tenha frigorífico específico para abate do animal. O deputado estadual Jesualdo Pires, que também é ovinocultor, diz que em Ji-Paraná já existe um frigorífico interessado em ampliar e adequar suas instalações para receber o animal. "O frigorífico terá capacidade para abater 1.500 animais/dia", diz.
Para fomentar a criação de ovinos no Estado a Emater capacitou técnicos para dar suporte aos produtores. "O rebanho de ovinos em Rondônia é de 120 mil cabeças. Somos o segundo maior produtor da região norte, só perdendo para o Pará", diz Sorrival de Lima, secretário executivo da Emater.
Perfeitamente adaptáveis às propriedades de agricultores familiares a ovinocultura desponta como alternativa de renda para o pequeno produtor. A Seagri deverá implementar ações de incentivo e ampliação dos rebanhos geneticamente recomendáveis e a Emater já está levando aos produtores as técnicas mais adequadas de manejo com o animal.
Fonte: Decom
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