Domingo, 31 de maio de 2009 - 06h43
Cristiane Ribeiro
Agência Brasil
Rio de Janeiro - O governo federal vai cadastrar os produtores orgânicos em todo o país para saber quantos são e qual a real produção brasileira sem o uso de agrotóxicos em frutas, legumes, hortaliças, leite, carnes, mel de abelha, produtos cosméticos e de limpeza.
Ao anunciar a medida ontem (30) no Rio de Janeiro, o coordenador de Agroecologia do Ministério da Agricultura, Rogério Dias, informou que o objetivo é fazer um banco de dados para elaborar, pela primeira vez, uma estatística oficial sobre o setor de orgânicos no Brasil.
Ele lembrou que somente a partir da regulamentação da atividade com a Instrução Normativa n° 17, publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (29) é que o perfil do setor orgânico brasileiro poderá ser conhecido.
Ao participar do Rio Orgânico 2009, evento que marcou no estado encerramento da 5ª edição da Semana Nacional Orgânica, Dias listou uma série de ações que o Ministério da Agricultura vêm fazendo para aumentar a produção dos orgânicos e torná-los mais acessíveis à população.
Estamos assinando um protocolo com os Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia para a criação de núcleos de agroecologia nas escolas técnicas e universidades. Além disso, o governo federal já paga 30% a mais pelo produto orgânico nas compras institucionais. A inclusão dos orgânicos na merenda escolar é nosso próximo passo, disse.
Para o representante do Ministério da Agricultura, no entanto, é preciso maior engajamento da sociedade. A população precisa cobrar do comerciante a oferta do produto orgânico nas prateleiras, pois, conforme acrescentou Dias, esta é uma forma de estimular a produção e, assim, reduzir o preço final do produto.
Hoje já temos algumas tecnologias melhores, algumas políticas públicas como o pagamento de 30% a mais pelo produto orgânico. Então, nós já temos coisas acontecendo, mas quanto mais a gente entenda a importância desse processo, muita coisa vai acontecer, defendeu.
Ainda na defesa do consumo dos orgânicos, Rogério Dias enfatizou que o Banco do Brasil e o Programa Nacional de Assistência a Agricultura Familiar (Pronaf) têm linhas de crédito diferenciadas com juros mais baixos e prazo de carência maior para que o produtor faça a conversão do produto convencional para o orgânico.
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