Sábado, 10 de outubro de 2009 - 22h20
Faculdade Indígena Intercultural e Editora Entrelinhas lançam em praça pública a Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas. Feira do Livro abre espaço para diálogo entre líderes tribais e a população mato-grossense.
JOSANA SALES
Agência Amazônia
CUIABÁ, MT – Três mil exemplares da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas chegarão gratuitamente às aldeias. O compromisso foi assumido esta semana, na Praça da República, em Cuiabá, pela direção da Faculdade Indígena Intercultural, vinculada à Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e pela Editora Entrelinhas.
A Declaração aprovada pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas em 13 de setembro de 2007, depois de 22 anos de discussão, foi lançada na abertura da Feira do Livro Indígena de Mato Grosso. Terão prioridade no recebimento dos exemplares lideranças de etnias de 71 terras indígenas (entre as homologadas, regularizadas, delimitadas, identificadas ou em estudo) e nove povos indígenas isolados na região Norte.
Também receberão a publicação a sociedade civil organizada, demais órgãos governamentais municipais e do Estado, bibliotecas públicas e escolares. Elias Januário, um dos coordenadores da Faculdade Indígena, considerou o documento de grande importância para Mato Grosso: “São milhares de índios nas aldeias e muitos mais integrados entre os não-índios em todo o nosso extenso território, com todos os benefícios e dificuldades que essa integração cultural proporciona”, ele disse.
Contra injustiças
Respeito à diferença é a palavra de ordem. Entre outros aspectos, a Declaração reafirma a democracia dos direitos legais; a preocupação com as injustiças históricas; o reconhecimento de promover os direitos intrínsecos dos povos indígenas; a consolidação da organização política, social, econômica e cultural; o direito aos territórios e suas terras tradicionais; o reconhecimento às culturas e às práticas tradicionais indígenas; o direito à educação escolar específica e intercultural; o respeito aos direitos humanos e autodeterminação.
Entre as considerações dos coordenadores da Faculdade Indígena alinham-se: os índios foram os primeiros habitantes do território brasileiro e, antes da chegada dos portugueses eram em milhões, falavam mais de mil línguas e estavam espalhados por todas as regiões. Com o avanço dos não-índios, muitos foram mortos, escravizados, arrancados de suas terras, o que fez com que parte de sua cultura acabasse se perdendo. Uma cultura que é tão ou mais brasileira que qualquer outra e ainda assim é encarada como algo estranho, distante, às vezes sem relevância.
Inédito no Brasil Central: a Declaração dos Direitos Indígenas da ONU será distribuída a todas as etnias mato-grossenses /REPRODUÇÃO |
Dança na abertura da Feira. Indígenas mato-grossenses têm acesso à Universidade e já editam livros didáticos sobre sua cultura e história /EDSON RODRIGUES
|
Rondônia é líder em controle de desmatamento na Amazônia Legal, destaca Ministério do Meio Ambiente
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, do Governo Federal, publicou nesta semana levantamento que mostra os índices de desmatamento em to
Operação “Silentium et Pax” do Batalhão de Polícia Ambiental reprime poluição sonora em Porto Velho
Em uma ação estratégica para garantir o sossego e a qualidade de vida da população, o Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) deu andamento à Operação “
Cremero implanta práticas internas entre colaboradores para incentivar a sustentabilidade
Como órgão público, é dever garantir que as atividades e decisões impactem positivamente a sociedade e o meio ambiente. Esta é uma das premissas que
Porto de Porto Velho faz reconhecimento de pontos críticos no Rio Madeira
Com o objetivo de fazer o reconhecimento visual de pontos críticos do Rio Madeira, a diretoria do da Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Ro