Quarta-feira, 15 de abril de 2009 - 16h22
Amanda Mota
Agência Brasil
Manaus - A temperatura acima do normal no Oceano Atlântico Norte e o transporte de ventos quentes e úmidos dessa área para a região Norte do Brasil é provavelmente a principal causa das chuvas mais intensas e freqüentes neste início de 2009 na Amazônia. Juntos, de acordo com a chefe do Instituto Nacional de Meteorologia no Amazonas (Inmet/AM), Lúcia Gularte, esses fatores estão favorecendo, neste momento, a ocorrência das chuvas e intensificando as áreas de instabilidade já
presentes na região.
"Os ventos quentes e úmidos que estão sendo transportados do Atlântico Norte para o Norte do país favorecem as chuvas e intensificam as áreas de instabilidade. O tempo está instável em todo o Norte do país, mas até amanhã [16], há possibilidade de chuvas fortes para o Amazonas, Pará, Roraima e Tocantins No caso do Amazonas, essas chuvas devem permanecer ainda até o início da segunda quinzena de maio", disse Lúcia.
O físico e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Antônio Manzzi, explicou que o comportamento das águas oceânicas influencia o transporte de umidade para a Amazônia e, com isso, se haverá mais ou menos chuvas. Em 2009, segundo o especialista, observou-se que, parte do Oceano Atlântico Tropical Sul, por exemplo, está mais aquecido, enquanto o Norte permanece mais ou menos na sua normalidade. Manzzi avaliou que a situação observada nos oceanos Atlântico e Pacífico comprova as condições favoráveis ao aumento de chuvas na Amazônia.
"Isso também provocou um maior aporte de umidade para a Amazônia. Neste caso, provocou o aumento de chuvas na região e a chegada mais cedo desse período chuvoso em algumas áreas. Tem também muita água nos nossos rios que vem das chuvas registradas na Colômbia e Peru", disse Manzzi.
Apesar da constatação, ele ressaltou que as chuvas registradas na Amazônia neste período não constituem uma situação atípica. Contudo, ponderou que esses eventos podem estar sendo intensificados pelo aquecimento global e que as projeções dos modelos climáticos para o futuro prevêem eventos extremos mais intensos.
"O que estamos observando este ano não está fora da climatologia. É um evento que está ocorrendo naturalmente e ocorreria mesmo se não tivéssemos essas ações do homem queimando combustíveis fósseis e promovendo o desmatamento", disse Manzzi, em entrevista à Agência Brasil.
"A Amazônia é muito grande e alguns municípios podem sofrer mais com a incidência das chuvas que outros. Uma grande cheia na região não necessariamente vai atingir todas as cidades. A grande seca de 2005, por exemplo, afetou mais o sudoeste da Amazônia. O problema, no caso das cheias, é que existem cada vez mais pessoas ocupando áreas de risco e para um fenômeno de maior intensidade, acabam, obviamente, mais prejudicados", acrescentou o pesquisador do Inpa.
As previsões meteorológicas estimam que as chuvas tendem a diminuir gradativamente nos próximos dois meses. Ainda assim, algumas áreas da Amazônia devem concentrar chuvas um pouco acima da média histórica ainda em maio. O meteorologista do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Márcio Nirlando, confirmou que as atuais condições climáticas, sobretudo do Oceano Atlântico, já sinalizavam para o aumento do índice pluviométrico na região.
"No Pará, por exemplo, a estação chuvosa é iniciada em dezembro e se estende até maio. Do ponto de vista climatológico, isso é normal e a gente ainda espera para maio chuvas acima da média, mas com menor intensidade em comparação ao mês de abril. Chuvas concentradas em determinadas áreas e chuvas fortes em um curto espaço de tempo fazem parte das características dessa região", finalizou Nirlando.
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