Terça-feira, 17 de agosto de 2010 - 06h31
Se de um lado Rondônia perdeu o posto de liderança no quesito desmatamento para os estados do Pará, Mato Grosso e Tocantins nos últimos anos, em 2010 assiste crescer em mais de 2000 por cento o índice de focos de incêndios. De Porto Velho, ao norte do estado, a Vilhena, ao sul, a população esta sufocada por grossas camadas de fumaça provocadas por incontáveis queimadas.
Como tem acontecido no vizinho Mato Grosso, também em Rondônia as queimadas ameaçam fugir de controle. Na capital, recentemente nas proximidades da base aérea, se viu uma situação destas e em Alto Paraíso, uma serraria acabou em chamas por causa do fogaréu nas matas.
Em vários municípios de Rondônia já foram registradas casos de casas queimadas em sítios. Nas proximidades da capital, o cenário é o mesmo, como ocorreu na localidade de Aliança. O fogaréu rondoniense se aproxima cada vez mais dos centros urbanos perigosamente.
Para piorar toda esta situação no estado, a prolongada estiagem, que atinge algumas regiões há pelo menos 60 dias, as previsões mais otimistas de chuvas são apenas para meados de setembro. Rogo que São Pedro desminta nossos magos do tempo.
A seca tem provocado conseqüências. O Rio Madeira esta com mais de quatro metros abaixo do seu nível registrado em 2009. Os poços caseiros na periferia estão secando e parte da população não tem água para beber se socorrendo nos vizinhos ou em longas caminhadas com latas na cabeça, como no agreste nordestino.
No campo da saúde, assistimos os efeitos da estiagem e suas queimadas. Os postos de saúde aumentaram os atendimentos já que as crianças e os idosos são duramente afetados pelas doenças respiratórias. E a falta de água tratada nos bairros das cidades rondonienses, inclusive na capital, provoca doenças gastroentestinais.
Enfim, estamos enfrentando um verdadeiro colapso pelas mudanças climáticas, cujas consequencias podem se agravar mais ainda se a estiagem não der uma trégua.
Enfrentamos a tragédia da seca que tem se tornado um problema global. A Rússia, acostumada a temperaturas abaixo de muitos graus abaixo de zero, tem registrado temperaturas acima de 34 graus (que é algo comum por aqui...), com direito a queimadas incontroláveis e vitimas humanas. A natureza, vai cobrando os crimes praticados contra ela, seja na base do fogo, com ciclones, enchentes e inundações.
Fonte: Carlos Sperança - csperanca@enter-net.com.br
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