Quinta-feira, 19 de agosto de 2010 - 16h09
Para quem não aguenta mais tanta fumaça e cheiro de queimado em Rondônia, a previsão para os próximos dias é assustadora. Uma grande quantidade de poluentes deve tornar o Estado, o mais poluente do Brasil.
Daniel Panobianco - A quantidade de focos de queimadas observadas na América do Sul e no Brasil como um todo é assustadora. Mais assustador ainda é a poluição gerada por essas queimadas. O sul da Amazônia vive um surto de queimadas não registradas há anos e Rondônia é um dos Estados que agora sofrem com o excesso de monóxido de carbono na atmosfera.
Dados de satélites orbitais operados pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) revelaram que a população de Rondônia está respirando há dias mais de 3 mil ppb (partes por bilhão) de monóxido de carbono; Isso é a mesma coisa do que um escapamento de um ônibus dos anos 70 – o mais poluidor – instalado no nariz de cada cidadão rondoniense.
As queimadas já saíram do controle em todo o Estado e agora não adianta medida de contenção, seja ela paliativa ou não, que irá conter a densa camada de poluentes que inferniza os 52 municípios rondonienses. O ar está muito seco, as temperaturas muito elevadas e a direção dos ventos contribui ainda mais para o agravamento da situação.
Nos próximos 3 dias, os modelos de previsão do INPE sugerem tal agravamento da fumaça no Estado ainda não verificada este ano. A ‘cortina’ de cinzas deve chegar ao centro fechando o céu nas regiões de Ariquemes, Ji-Paraná e Cacoal por completo, onde até o sol não deve aparecer com força. Para Porto Velho e Vilhena, extremos do Estado, a previsão é de que a visibilidade horizontal em superfície fique muito reduzida, prejudicando e muito todos os meios de transportes.
Para agravar ainda mais a situação, os ventos em altitude devem trazer toda a fumaça concentrada no leste da Bolívia para o sul rondoniense; Por isso, é necessário que as autoridades reconheçam Rondônia como "área de desastre ambiental" por oferecer riscos à saúde humana.
O mapa de monóxido de carbono gerado por um modelo numérico do INPE tinge Rondônia e destaca o Estado como a região mais poluída de toda a América do Sul nos próximos dias.
Dados: INPE (Fonte: De olho no tempo)
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