Sábado, 11 de abril de 2009 - 22h24
Abate experimental ocorre na reserva de Mamirauá, no Rio Amazonas. Origem da carne e pele do animal pode ser rastreada pela internet.
Iberê Thenório Do Globo Amazônia, em São Paulo
Caçar jacarés dentro de uma reserva pode parecer crime inafiançável. Em Mamirauá, no Amazonas, é o contrário. O abate é feito com a autorização do Ibama, apoio do governo estadual e controlado por cientistas, que estudam uma forma dos ribeirinhos poderem pescar algumas espécies sem prejudicar o meio ambiente.
Na última caça experimental, realizada em dezembro de 2008, foram capturados 253 jacarés-açus, a maior espécie brasileira de jacaré. Segundo o pesquisador Robinson Botero-Arias, que acompanha passo-a-passo a captura e abate dos animais, a pesca pode causar um impacto insignificante na população dos jacarés.
“São animais que têm alta capacidade de se regenerar e se adaptar a condições adversas. Isso não significa que o bicho não seja vulnerável, mas em Mamirauá se conseguiu diminuir a caça, e a população de jacarés é muito alta. Há locais em que há cem jacarés por quilômetros na margem do rio”, explica o biólogo.
Para não prejudicar a espécie, os cientistas estabeleceram vários parâmetros para a caça dos animais. Um dos principais é não coletar os bichos próximos aos ninhos e evitar a morte de fêmeas. “Nesse último manejo, o número de fêmeas não poderia ultrapassar 10%”, conta Botero-Arias.
Os animais são caçados à noite. Em uma canoa, munidos de uma lanterna, os ribeirinhos procuram os jacarés, que são arpoados. O réptil é imobilizado e levado para um flutuante, onde é realizado o abate. A próxima etapa é separar a carne, o couro e as vísceras, que não são aproveitadas. Tudo é resfriado e vendido para frigoríficos, que cortam a carne e embalam no tamanho ideal para a venda.
Segundo Botero-Arias, o momento da retirada do couro ainda é problemático na caça experimental. Como os ribeirinhos ainda não têm um frigorífico bem preparado, é difícil fazer com que normas sanitárias exigentes sejam seguidas.
Rastreamento
Para que o produto final não seja misturado com alimentos e peles que vêm da caça ilegal, o Instituto Mamirauá, que cuida da reserva, criou um lacre especial, que traz um número de identificação. “Com esse número, é possível ver na internet todas as características do bicho, quem capturou etc.”, relata o cientista.
Além da caça de jacarés, ribeirinhos de Mamirauá já fazem a pesca controlada de pirarucus e realizaram algumas coletas experimentais de peixes ornamentais. Ambos também saem da Amazônia com o número que permite o rastreamento.
Fonte: G1
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