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Reservas na Amazônia estão ameaçadas de ficar sem monitoramento do Sipam


 
Vinculado à Casa Civil da Presidência da República, o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) deixou de coletar dados de desmatamento, por meio do Programa de Monitoramento de Áreas Especiais (ProAE), de algumas terras indígenas e unidades de conservação nos estados de Rondônia, Acre e Mato Grosso.

A observação das áreas era feita desde 2005 a partir de imagens de satélite, mas uma mudança de prioridade no órgão deixa terras que devem ter a natureza preservada em segundo plano desde o início do ano.

"O ProAE muda seu enfoque a partir deste ano para priorizar áreas de fronteira e pontos específicos de desmatamento", diz José Neumar Silveira, gerente do centro regional do Sipam em Porto Velho, responsável pelo monitoramento em terras de Rondônia, Acre e Mato Grosso. Segundo ele, a partir de agora o órgão passa a fiscalizar 19 cidades de Mato Grosso e 4 de Rondônia que tiveram índices de desmatamento muito altos segundo a Operação Arco Verde, do Ibama.

Além disso, o ProAE também vai se concentrar em faixas de fronteira de até 150 quilômetros nos três estados. O raio de monitoramento de fronteira abrange praticamente todo o Acre e também algumas áreas de proteção florestal, segundo Silveira. Mas terras indígenas e unidades de conservação além deste limite deverão ficar sem o amparo do órgão. "A prioridade é focar as áreas de fronteira. Se não tivermos servidores suficientes, infelizmente algumas regiões vão ficar sem monitoramento", diz ele.

Outros sistemas de monitoramento, como o Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) também são capazes de detectar desmatamento em áreas de proteção, desde que sejam maiores do que 25 hectares. Mas não fazem a mesma análise que o ProAE, capaz de identificar pequena presença humana e de driblar a cobertura de nuvens com o uso do radar.

De acordo com Silveira, outra mudança na metodologia de trabalho do programa fará com que a contagem dos dados de desmatamento comece do zero novamente a partir de 2010. Até 2008, o programa usava o satélite americano Landsat, cuja vida útil está esgotada, segundo Silveira. "Em 2009, não conseguimos coletar imagens do Acre de forma satisfatória. O satélite funciona de maneira precária", diz ele. Agora, o sistema usa imagens de radar do satélite japonês Alos, mas ainda existe a possibilidade de fechar acordos com novos satélites. "Uma das opções seria usar imagens de um satélite francês", diz ele.

Fonte: Globo Amazônia
 

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