Sexta-feira, 30 de outubro de 2009 - 08h53
Assunto polêmico quando se fala em controle de pragas e doenças de plantas, o uso de agrotóxicos é tema de curso que acontece essa semana na Embrapa Rondônia, em Porto Velho. Se usados de maneira correta, os químicos podem gerar menor impacto no meio ambiente, causar menos danos à saúde e ainda proporcionar melhor aproveitamento econômico. Estar capacitado e preparado para levar esse tipo de informação ao agricultor é o objetivo dos participantes do curso, profissionais da Agência de Defesa Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron).
Na programação do treinamento estão noções de legislação e normas, como a que exige o uso de equipamentos de proteção individual e a que condiciona a venda dos produtos à apresentação de um receituário agronômico, que vai indicar o agrotóxico adequado e o modo de aplicação. Métodos de controle de pragas e doenças e regulagem dos pulverizadores para aplicação dos químicos também fazem parte da programação. Com a capacitação, os profissionais da Idaron poderão ministrar cursos aos agricultores nas diferentes regiões do Estado de Rondônia.
Pesquisador da Embrapa Rondônia e um dos instrutores do curso, o engenheiro agrônomo José Nilton Medeiros Costa conta que na década de 1940 houve uma revolução no emprego de agrotóxicos, principalmente com o surgimento de químicos extremamente letais, como o Dicloro-Difenil-Tricloroetano, conhecido em todo o mundo pela sigla DDT. "Recebido como a solução definitiva para o controle de insetos, o DDT chegou a ser usado até mesmo para matar piolho em pessoas", cita o pesquisador.
Vinte anos mais tarde começaram a surgir as primeiras reflexões a respeito das consequências do uso indiscriminado desses produtos. "Inimigos naturais de certas pragas foram eliminados, o que agravou o problema. Alguns insetos desenvolveram resistência aos produtos. Isso sem falar no impacto sobre outras plantas e animais e nas consequências para a saúde de produtores e consumidores", completa José Nilton.
Com o avanço das pesquisas, o desafio hoje é fazer com que os agricultores cumpram a legislação e apliquem de maneira correta os diferentes agrotóxicos disponíveis no mercado. Seguindo a cronologia histórica do uso dos químicos na agricultura, o engenheiro agrônomo Luiz Guilherme Rebello Wadt, da Embrapa Meio Ambiente, convidado para o curso, explica que nos últimos 50 anos os produtos evoluíram muito, mas a forma de aplicação não avançou no mesmo ritmo.
"Antes, poucos produtos eram utilizados para praticamente tudo. Hoje, existem agroquímicos especializados para determinado tipo de inseto ou fungo, com fórmulas de aplicação distintas", explica Luiz Guilherme. "O problema é que ainda hoje é comum o uso incorreto desses produtos, como aplicações exageradas ou na época errada".
Manejo integrado
A alternativa para o problema pode estar não apenas no uso correto dos agrotóxicos, mas na combinação de diferentes técnicas para evitar prejuízos na lavoura. Esse é o conceito básico do Manejo Integrado de Pragas e Doenças, uma tecnologia difundida pela Embrapa. Um dos fatores a ser observado é econômico. Somente se justifica a intervenção quando o prejuízo causado pela praga é maior que o custo da medida de controle. Mas é preciso também levar em conta os efeitos negativos na sociedade e no meio ambiente. Por isso, os agentes naturais são importantes alternativas dentre os métodos de controle a serem adotados.
Coordenadora do Programa de Agrotóxicos da Idaron, Eutália da Cunha explica que os 35 engenheiros agrônomos que participam do curso serão multiplicadores dos conhecimentos sobre o uso correto dos produtos. No último dia de evento será traçada uma estratégia para a realização de cursos durante o próximo ano. A ideia é que o órgão atue não apenas na fiscalização, mas também na educação dos produtores rurais.
O curso é uma iniciativa da Idaron em parceria com a Embrapa Rondônia e a Embrapa Meio Ambiente, unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Também atuou na realização do evento o Instituto Euvaldo Lodi, ligado a Confederação Nacional da Indústria.
Fonte: Embrapa Rondônia
Daniel Medeiros (SC-02735-JP)
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