Queimadas, desmatamentos e assoreamento de corpos d’água são os três impactos ambientais de maior incidência nos Municípios brasileiros. O levantamento é da Confederação Nacional de Municípios (CNM) com base na pesquisa de Informações Básicas Municipais – Perfil dos Municípios Brasileiros/MUNIC 2008.
De acordo com a pesquisa, focos de incêndio foram verificados em 54,3% dos Municípios do País, enquanto o desmatamento registrou 53,5% de incidência. O assoreamento de corpos d’água afetou 53% dos Municípios nos dois anos anteriores à coleta, 2006 e 2007. Em quarto e quinto lugares no ranking, a poluição e a escassez de água atingiram, respectivamente, 41,7% e 40,8% dos Municípios.
Além destes impactos, também foram registrados, por exemplo, contaminação do solo, poluição do ar, redução ou perda de qualidade do pescado, alterações da paisagem natural, degradação de áreas legalmente protegidas e atividade agrícola/pecuária por problema ambiental.
“Com estes dados, podemos entender o cenário de impactos ambientais em que os Municípios brasileiros estão inseridos. É fundamental incentivar discussões entre os gestores sobre estes problemas e, para os resultados das próximas pesquisas, trabalhar pela redução destes indicadores”, afirma o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.
Preocupação
Ziulkoski destaca que esta preocupação é uma das principais bandeiras da entidade no segundo semestre deste ano. Atenta aos reflexos destes impactos nos Municípios – a maior incidência de queimadas, por exemplo, é na região amazônica –, a CNM realiza, de 7 a 10 de outubro, em Manaus, a
I Cúpula Amazônica de Governos Locais. O encontro é uma parceria com a Associação Amazonense de Municípios (AAM) e a prefeitura de Manaus.
“Queremos colocar em pauta a importância da preservação do Meio Ambiente pelos gestores municipais. Essa responsabilidade está diretamente ligada aos Municípios”, explica Ziulkoski. O objetivo da cúpula, lembra, é reunir duas mil pessoas entre especialistas em meio ambiente, órgãos internacionais, sociedade civil e representantes dos governos municipais, estaduais e federais.
Queimadas
Em primeiro lugar no ranking, as queimadas foram registradas, principalmente, no Maranhão, Tocantins, Rondônia, Roraima e Pará. Em 88% dos Municípios maranhenses, por exemplo, foram registrados focos de incêndio. No Tocantins e em Rondônia, 82,7% e 80,77%, respectivamente.
Segundo a CNM, as queimadas intencionais nestes Municípios da região Amazônica são comuns, uma vez que as florestas são transformadas em pastos e espaços para a agricultura. Apesar de barato, o processo empobrece o solo e contribui para a destruição da vegetação nativa.
Desmatamento
Com 84,8% de incidência, Municípios maranhenses também lideram o ranking de desmatamento. Em seguida, figuram na lista o Pará, Ceará, Pernambuco e Bahia. Em oitavo lugar, 66,1% dos Municípios do Amazonas foram afetados pela degradação de áreas verdes.
Para a CNM, o desmatamento é resultado de fatores como a abertura de estradas pioneiras, o crescimento das cidades, a ampliação da pecuária extensiva, o cultivo de produtos agrícolas em regime de monocultura e a acelerada exploração madeireira.
Assoreamento
Resultado da obstrução natural de corpos d’água ou da intervenção humana – por meio de desmatamentos, queimadas
ou práticas agrícolas inadequadas - o assoreamento afetou 82,1% dos Municípios do Espírito Santo, os primeiros colocados no ranking.
Logo após os Municípios capixabas, figuram na lista o Sergipe, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Rondônia. O principal foco deste impacto ambiental foi registrado nos Municípios do Sudeste, pela proximidade com a Mata Atlântica, e na região Amazônica.
Fonte: Confederação Nacional dos Municípios