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Argentina: Ricardo Alfonsin lança pré-candidatura



Luiz Antônio Alves
Correspondente da Agência Brasil na Argentina

Buenos Aires - A corrida rumo à Presidência da Argentina começou na noite de ontem (3), quando milhares de pessoas reuniram-se a poucos metros do Congresso Nacional para ouvir o deputado Ricardo Alfonsin no lançamento oficial de sua pré-candidatura à sucessão de Cristina Kirchner. A eleição presidencial argentina será em outubro de 2011.

Ricardo Alfonsin, de 59 anos, é um dos principais nomes da União Cívica Radical (UCR), o mais importante partido oposicionista da Argentina. É filho de Raúl Alfonsin, que governou o país de 1983 a 1989 e ainda hoje é lembrado por ter fortalecido tanto as instituições políticas quanto a garantia aos direitos individuais na Argentina. Por outro lado, Raúl Alfonsin também é acusado de ter impedido o julgamento de responsáveis por violações aos direitos humanos durante a ditadura militar Argentina, no período de 1976 a 1983. Ele morreu em março do ano passado.

Seu filho Ricardo garantiu, no discurso aos simpatizantes, que poderá derrotar a inflação, uma das heranças deixadas por seu pai e que, segundo alguns economistas argentinos, está novamente se transformando em grande perigo para o governo de Cristina Kirchner.

Segundo Raúl Alfonsin, não é a falta de experiência administrativa que o impedirá de governar a Argentina. “Meus adversários dizem que não tenho experiência. Se isso fosse um impedimento à Presidência da República, os presidentes Lula [Brasil], Mandela [África do Sul], Kennedy [Estados Unidos] ou Perón [Argentina] não teriam chegado onde chegaram porque nem governadores eles foram”. Alfonsin disse que o pior imposto aplicado aos pobres é a inflação. “Mas nós somos radicais. Não há nada mais reacionário do que o medo e por isso não temos medo desse desafio.”

O lançamento da pré-candidatura de Alfonsin à Presidência argentina não é a primeira grande manifestação política nesse sentido. No dia 14 de setembro, o ex-presidente Néstor Kirchner compareceu ao Luna Park, onde ocorreram comícios políticos e shows musicais, para receber o apoio de milhares de jovens filiados ao Partido Justicialista, que era dirigido por Kirchner até sua morte, no último dia 27 de outubro.

No entanto, em nenhum momento da manifestação política Néstor Kirchner ressaltou que estava iniciando uma campanha rumo à sucessão de sua mulher, Cristina. Analistas políticos, no entanto, enxergaram no comício o claro sinal de que o ex-presidente já estava a caminho de sua pré-candidatura, mesmo que não a tivesse oficializado na manifestação ocorrida no Luna Park.

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