O presidente sírio Bashar al-Assad afirmou no domingo (8) que a próxima fase da guerra da Síria, após a libertação da cidade de Aleppo, não será fácil, uma vez que o Ocidente continua a apoiar grupos terroristas. "As potências ocidentais, bem como suas ferramentas e agentes na região estão apoiando as organizações terroristas," disse Assad. As informações são da agência Xinhua.
Ele também disse que recapturar toda a cidade de Aleppo dos grupos rebeldes representa um "passo importante para a vitória na Síria." As declarações de Assad ocorreram durante seu encontro com o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, Ali Shamkhani.
"A Síria, com a ajuda de seus amigos, principalmente do Irã e da Rússia, está avançando em fazer o que for necessário para fornecer o terreno adequado para encontrar uma solução, através da qual os sírios possam determinar o futuro de seu país sem intervenção estrangeira," disse Shamkhani.
Shamkhani deixou claro que seu país não poupará esforços para apoiar a Síria e frustrar qualquer "esquema terrorista e seus apoiadores", uma vez que o contraterrorismo é "uma questão decisiva não só para a Síria, mas para todos os países regionais."
O Irã, principal aliado regional do governo sírio, reforçou recentemente seus compromissos diplomáticos com a Síria, enquanto Alaeddin Boroujerdi, presidente da Comissão de Segurança Nacional do Parlamento iraniano, visitou Damasco na semana passada e funcionários do Ministério das Relações Exteriores sírio visitaram Teerã durante o mesmo período.
O deslocamento diplomático aparentemente visa coordenar posições entre os dois países antes das negociações de paz para a Síria planejadas pela Rússia e Turquia em Astana [capital do Cazaquistão], no final deste mês.
Na sua última visita à Síria, Boroujerdi disse que o Irã apoia as próximas negociações da Síria em Astana, onde se espera que se encontrem, pela primeira vez, representantes do governo sírio e dos rebeldes, uma vez que negociações passadas em Genebra foram apenas entre o governo sírio e a oposição política exilada.
Especialistas afirmam que as expectativas são altas para as novas negociações, já que os Estados Unidos não farão parte da equipe de supervisores, uma vez que o governo Assad considera o apoio ocidental aos rebeldes o motor do atual conflito.
No domingo, Assad também se reuniu com uma delegação francesa visitante, incluindo legisladores e intelectuais. Durante o encontro, Assad disse que a política atual da França está desconectada da realidade sobre a guerra na Síria. Ele ressaltou que a política ajudou a inflamar a situação através do apoio a "organizações terroristas," que se tornaram “uma ameaça, não só para a Síria, mas também para os países ocidentais”.
A delegação francesa disse que o que aprenderam sobre a Síria contém uma grande quantidade de distorções à verdade. Um dia antes, a delegação francesa chegou a Aleppo de avião, a primeira aeronave civil a pousar no aeroporto da cidade em quatro anos.
Os rebeldes no campo de Aleppo dispararam vários foguetes contra o aeroporto depois que a delegação desembarcou, causando um atraso em seu voo de ida para Damasco.