Terça-feira, 29 de março de 2011 - 05h56
Da BBC Brasil
Agência Brasil, Brasília – Os ataques à Líbia, promovidos pelas forças de coalizão desde o último dia 19, provocaram a convocação de uma reunião de emergência, que será realizada hoje (29) em Londres, na Grã-Bretanha. A reunião contará com a presença de delegações de cerca de 35 países e de representantes de órgãos internacionais, como a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon.
O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, disse esperar que o encontro garanta ''o máximo de unidade política e diplomática''. Em comunicado conjunto, a Grã-Bretanha e a França conclamaram correligionários do líder líbio, Muammar Khadafi, a abandoná-lo ''antes que seja tarde demais''.
No documento, Cameron e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmam que a conferência ''vai aproximar a comunidade internacional de modo a dar apoio à transição da Líbia de uma ditadura violenta para criar as condições para que o povo da Líbia possa escolher seu próprio futuro''.
Grã-Bretanha e França foram os principais defensores da execução de uma ação militar contra as forças leais a Khadafi, que vinham avançando sobre áreas controladas por rebeldes que lutam contra o regime líbio.
No documento, os líderes dos dois países disseram que o governo líbio perdeu toda a sua legitimidade e deve ''partir imediatamente''. Ontem (28) à noite, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um pronunciamento no qual defendeu o envolvimento americano na operação militar internacional.
Obama afirmou que a intervenção americana salvou ''incontáveis vidas'' ameaçadas pelas forças do ''tirano'' Muamar Khadafi. Mas, ciente de que uma parcela expressiva da opinião pública americana vê com receios o envolvimento americano em mais um conflito militar, o presidente norte-americano destacou que o controle da incursão militar para a aliança é da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
A ação militar americana na Líbia foi autorizada há dez dias – quando Obama estava em Brasília, em visita oficial ao Brasil – e segue uma resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU. Aprovada com a abstenção do Brasil, a resolução determina o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea na Líbia e “todas as medidas necessárias” para proteger “civis e áreas habitadas por civis” de ataques por parte das forças de Khadafi.
A reunião de hoje em Londres vai reunir integrantes da coalizão que participa da operação militar contra posições de Khadafi, como representantes da ONU, Otan, União Africana e Liga Árabe.
Os líderes ocidentais esperam que a presença de árabes, como o Catar, Iraque, a Jordânia, o Marrocos, Líbano, a Tunísia e os Emirados Árabes, reforce a aliança e indique que países árabes endossam a operação.A Rússia, porém, continua reticente em relação à operação militar. O país considera que ela vai além dos termos da resolução da ONU que a autorizou, e informou que não participará do encontro.
Nos últimos dias, combatentes que fazem oposição a Khadafi retomaram o controle de cidades que haviam ocupado no início da rebelião contra o regime, mas que tinham caído nas mãos de forças do governo. Entre as cidades retomadas estão áreas estratégicas no litoral do país e que contam com instalações petrolíferas, como Ras Lanuf, Brega, Uqayla e Bin Jawad
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