Terça-feira, 26 de outubro de 2010 - 07h29
Paula Laboissière
Agência Brasil, Brasília - O Ministério das Relações Exteriores anunciou na noite de ontem (25) a doação de US$ 2 milhões para auxílio à população e ao governo do Haiti no combate à epidemia de cólera registrada este mês. O dinheiro será utilizado para a compra de remédios e para o fornecimento de equipamentos hospitalares.
O Brasil vai enviar também dois médicos epidemiologistas, que devem chegar ao Haiti ainda esta semana para ajudar as autoridades locais a montar uma estratégia contra a doença.
Por meio de nota, o Itamaraty informou ainda que o Ministério da Saúde estuda a transferência de recursos autorizados por crédito extraordinário para o escritório da Organização Pan-Americana da Saúde no Haiti.
As medidas foram tomadas em reunião coordenada pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, com participação de representantes dos ministérios da Saúde e da Defesa e do embaixador do Brasil no Haiti, Igor Kipman.
O governo brasileiro já havia anunciado, no último sábado (23), o envio de técnicos do Ministério da Saúde e de medicamentos e material hospitalar ao Haiti. Também por meio de nota, o Itamaraty informou que “o governo brasileiro acompanha com preocupação” os casos de cólera nas regiões de Mirebalais e Saint Marca – localizadas a cerca de 100 quilômetros da capital haitiana, Porto Príncipe.
A Embaixada do Brasil no país informou que o comandante militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah), general Luiz Guilherme Paul Cruz, e o representante especial adjunto do secretário-geral das Nações Unidas para o Haiti, Nigel Fisher, já se deslocaram para as áreas mais afetadas. O objetivo é elaborar um plano de contingência caso a infecção atinja a capital.
Autoridades haitianas calculam em 250 as mortes provocados pela doença até o momento, além de um total de 3.342 infecções.
O terremoto que atingiu o Haiti em 12 de janeiro deste ano deixou cerca de 1,5 milhão de pessoas sem teto e matou cerca de 250 mil. Até hoje, milhares vivem em acampamentos, sem saneamento básico e com acesso limitado à água potável. Uma das hipóteses é que o surto de cólera tenha sido provocado pelo consumo de água contaminada do Rio Artibonite.
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