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Mundo - Internacional

Dilma lembra sua história como militante política na ONU


Renata Giraldi, Yara Aquino e Carina Dourado*
Repórteres da Agência Brasil e Enviada Especial da EBC


Brasília e Nova York – Primeira mulher a discursar na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a presidenta Dilma Rousseff homenageou hoje (21) todas as vozes femininas do mundo, como ela mesma se referiu. Emocionada, a presidenta reconheceu que tanto o Brasil como o restante do mundo “ainda precisam fazer muito mais” pela valorização e afirmação das mulheres.

“O meu país, como todos os países do mundo, ainda precisa fazer muito mais pela valorização e afirmação da mulher. Ao falar disso, cumprimento o secretário-geral [da ONU] Ban Ki-moon pela prioridade que tem conferido às mulheres em sua gestão à frente das Nações Unidas”, disse Dilma, que escolheu uma roupa em diferentes tons de azul – a cor oficial das Nações Unidas.

Dilma lembrou de sua vida como militante política, quando foi torturada em defesa da democracia e da preservação dos direitos humanos e da justiça. “Como mulher que sofreu tortura no cárcere, sei como são importantes os valores da democracia, da justiça, dos direitos humanos e da liberdade. E é com a esperança de que estes valores continuem inspirando o trabalho desta Casa das Nações que tenho a honra de iniciar o Debate Geral da 66ª Assembleia Geral da ONU”, disse.

A presidenta disse que assumia a tarefa de ser a primeira mulher a discursar com humildade. “Pela primeira vez, na história das Nações Unidas, uma voz feminina inaugura o debate geral. É a voz da democracia e da igualdade se ampliando nesta tribuna que tem o compromisso de ser a mais representativa do mundo. É com humildade pessoal, mas com justificado orgulho de mulher, que vivo este momento histórico.”

Na plateia, além dos líderes políticos mundiais, como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e da França, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, estavam também a única filha da presidenta, Paula, e a representante do Brasil nas Nações Unidas, Maria Luiza Viotti.

“Divido esta emoção com mais da metade dos seres humanos deste planeta, que, como eu, nasceram mulher, e que, com tenacidade, estão ocupando o lugar que merecem no mundo. Tenho certeza, senhoras e senhores, de que este será o século das mulheres”, disse Dilma, sendo aplaudida e tendo de interromper o discurso mais de uma vez.

A presidenta lembrou que na língua portuguesa, palavras como “vida, alma e esperança pertencem ao gênero feminino”. Segundo ela, outras palavras “muito especiais”, como “coragem e sinceridade” também são femininas. “Além do meu querido Brasil, sinto-me, aqui, representando todas as mulheres do mundo”, disse.

Em seguida, Dilma acrescentou que estava ali, nas Nações Unidas, em nome de toda a população feminina do mundo. “[Estou aqui em nome das] mulheres anônimas, aquelas que passam fome e não podem dar de comer aos seus filhos; aquelas que padecem de doenças e não podem se tratar; aquelas que sofrem violência e são discriminadas no emprego, na sociedade e na vida familiar; aquelas cujo trabalho no lar cria as gerações futuras”, disse.

 

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