Segunda-feira, 21 de março de 2011 - 14h11
Paula Laboissière e Renata Giraldi
Agência Brasil
Brasília - O segundo e último dia da visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil ganhou destaque na imprensa dos Estados Unidos de forma crítica. Para os principais veículos de comunicação norte-americanos, Obama visitou o Rio de Janeiro em clima de "férias de verão", para conhecer a cultura brasileira. O jornal Washington Post avaliou que a viagem de Obama pela América do Sul está sendo ofuscada pela crise na Líbia. O veículo ressaltou que, no discurso feito no Rio de Janeiro, Obama citou a Líbia apenas uma vez, mas não comentou as operações militares no país.
A rede de notícias Fox questionou se este seria mesmo o melhor momento para o que chamou de "viagem de férias de verão" do presidente e da família dele. A rede de TV avaliou que Obama não deveria “relaxar” diante das crises na Líbia e no Japão, citando ainda a “problemática economia norte-americana”.
O jornal Los Angeles Times afirmou que o presidente dos Estados Unidos faz “malabarismos” ao tentar gerenciar, de forma simultânea, a crise na Líbia e a abertura de negócios no Brasil e em outros países da América Latina.
O diário New York Times considerou que, em meio ao segundo dia de bombardeios na Líbia após o anúncio de cessar-fogo de Muammar Khadafi, Obama tentou projetar um ar de normalidade e minimizar o papel dos Estados Unidos na crise. No sábado, a mídia norte-americana já havia classificado como "inoportuna" a visita de Obama ao Brasil. Um dos argumentos foi a abstenção do Brasil, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, na votação da resolução que criou a zona de exclusão aérea na Líbia e permitiu o uso da força militar contra as tropas de Khadafi.
No mesmo dia, a imprensa dos Estados Unidos manifestou descontentamento também com a presidenta Dilma Rousseff, por ela ter se recusado, assim como Obama, a responder perguntas da imprensa. Os jornais elogiaram, no entanto, a franqueza da presidenta brasileira nas críticas à política americana de dólar barato, barreiras comerciais e subsídios agrícolas.
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