Segunda-feira, 2 de maio de 2011 - 07h43
BBC Brasil
“O terrorista internacional mais procurado já não existe. Mas a morte de Bin Laden não representa o fim dos afiliados à Al-Qaeda e daqueles inspirados pela Al-Qaeda, que promoveram e continuarão a promover ataques terroristas em todo o mundo”, advertiu em um comunicado o secretário-geral da organização, Ronald Noble.
“Precisamos por isso permanecer unidos e focados em nossa cooperação e nossa luta em andamento, não apenas contra essa ameaça global, mas também contra o terrorismo promovido por qualquer grupo em qualquer lugar”, afirmou Noble.
A Interpol é uma central de informações internacional que auxilia na cooperação de polícias de diferentes países e tem 188 países-membros.
Segundo Noble, a organização está “em alerta total por atos de retaliação se a Al-Qaeda tentar provar que ainda existe”.
Segurança intensificada
Vários países também anunciaram medidas para intensificar a segurança após a notícia da morte de Bin Laden.
O ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, William Hague, que está no Cairo, no Egito, disse à BBC ter ordenado uma revisão dos sistemas de segurança das embaixadas do país em todo o mundo, por temor de represálias da Al-Qaeda.
"Poder haver partes da Al-Qaeda que tentarão mostrar nas próximas semanas que ainda estão ativas, como de fato algumas estão", afirmou.
O ministro das Relações Exteriores da França, Alain Juppé, afirmou que a morte de Bin Laden é extremamente simbólica, mas advertiu que há outras pessoas prontas a assumir o lugar de Bin Laden.
“A estrutura da Al-Qaeda permanece no lugar e há um número dois e um número três. Já vimos isso no Afeganistão, quando uma rede é desmantelada e logo aparece uma reposição”, disse.
“Há grupos descentralizados, que dizem ter ligações com a Al-Qaeda, mas que têm certa autonomia e que continuarão seu trabalho. A ameaça do terror não desapareceu, então precisamos permanecer completamente vigilantes”, afirmou ele à rádio Europe 1.
‘Alívio’
A chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, disse ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que está “aliviada” com a morte de Bin Laden, mas advertiu que o terrorismo internacional ainda não foi derrotado.
Segundo ela, “as forças da paz” tiveram sucesso na operação da noite de domingo, mas todos devem se manter vigilantes.
O Japão, outro aliado americano, também anunciou o aumento das medidas de segurança nas bases de suas Forças de Autodefesa por temor de ataques de represália.
O ministro japonês das Relações Exteriores, Takeaki Matsumoto, disse que a morte de Bin Laden é “um progresso significativo das medidas de antiterrorismo”, mas advertiu que “isso não é o fim da história”.
“É preciso manter o olhar atento sobre as atividades da Al-Qaeda, com a comunidade internacional cooperando de maneira próxima e lidando com a questão com firmeza”, disse ele.
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