Terça-feira, 12 de julho de 2011 - 05h50
Da Agência Brasil*
Brasília - O temor de que a crise da Grécia cruze as fronteiras e chegue à Itália e à Espanha derrubou mercados em vários países ontem (11). Bolsas da Europa, dos Estados Unidos e do Brasil fecharam em baixa. Em Milão, a bolsa despencou 4%. Em Frankfurt, o índice Dax fechou com baixa de 2,3% e, no Reino Unido, o FTSE caiu 1%. Houve queda também em Nova York, com baixa de 1,2%, e em Dow Jones, de 2%. Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), houve desvalorização de 2,1%.
O assunto é tema de uma reunião da União Europeia, que começou ontem com especialistas, e hoje (12) tem prosseguimento com ministros das Finanças do bloco. Uma das propostas é a aprovação de um pacote de medidas para a contenção da crise. A reunião de emergência em Bruxelas foi convocada pelo presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.
A pauta do encontro foi a crise grega, mas o foco foi o tamanho da dívida pública italiana, equivalente a 120% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Entre os países da zona do euro, esse percentual só é menor do que o da Grécia, cujo endividamento atinge 150% da riqueza nacional.
O temor é que a Itália, que vem pagando em dia seus vencimentos, tenha dificuldades para honrar seus compromissos. Os títulos da dívida pública italiana se desvalorizaram e as agências de classificação de risco já alertaram que podem rebaixar a nota dos papéis emitidos pelo país.
Ontem o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodriguez Zapatero, pediu que a União Europeia tome uma decisão rápida e "clara" em relação ao segundo pacote de ajuda à Grécia, na esperança de estancar a crise.
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, também citou a Itália, pedindo o país tenha uma postura decisiva ao aplicar seu plano de austeridade fiscal.
O ministro das Finanças italiano, Giulio Tremonti, apresentou um plano de cortes orçamentários de 48 bilhões de euros (quase R$ 107 bilhões) para os próximos três anos.
Na Itália, o primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, disse que o arrocho nas contas pode não contar com apoio integral da coalizão de governo, o que tende a aumentar a instabilidade.
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