Segunda-feira, 27 de dezembro de 2010 - 15h29
Renata Giraldi
Agência Brasil
Brasília – Depois de anunciar uma série de medidas que envolve o reajuste de até 83% do preço dos combustíveis e o congelamento de tarifas relativas de serviços básicos, o governo do presidente da Bolívia, Evo Morales, informou hoje (27) que vai investir cerca de US$ 380 milhões – oriundos dos subsídios dos combustíveis – em programas sociais. A iniciativa sobre a aplicação dos recursos foi comunicada pelo ministro de Transparência Institucional e Luta contra a Corrupção, Nardi Suxo.
Os dados são da agência de notícias oficial do país, a Agência Boliviana de Informações (ABI). "É justamente porque o governo pensa nas pessoas que precisam ser beneficiárias do desenvolvimento que tomou a decisão de suspender o subsídio dos combustíveis, como gasolina e diesel", disse Suxo.
Ontem (26), as autoridades bolivianas informaram que as medidas têm como objetivo fortalecer a economia nacional e conter as ações dos contrabandistas. Segundo Suxo, os combustíveis contrabandeados eram transportados principalmente para o Brasil, a Argentina, o Chile e o Peru.
"Os 380 milhões para subsidiar o custo dos combustíveis vão agora para instalar sistemas de água potável e esgoto, construção de estradas pavimentadas e hospitais terciários, além de outros programas de desenvolvimento", disse o ministro.
O ministro da Presidência da República, Oscar Coca, acrescentou que o decreto inclui o congelamento de tarifas relativas ao gás, à eletricidade, à telefonia e à água. Para ele, o poder de consumo dos trabalhadores na Bolívia aumenta considerando também que houve aumentos acima dos níveis da inflação.
Coca disse que está em curso a busca por um diálogo com os sindicatos do transporte público rodoviário para evitar a ameaça de uma greve geral. Uma das medidas em favor do transporte rodoviário é a fixação de tarifa zero para a importação de autopeças, que é uma das reivindicações antigas da indústria.
O governo da Bolívia aprovou ontem um decreto que aumenta o valor cobrado pelos combustíveis e congela as tarifas do gás liquefeito de petróleo (GLP) e do gás natural (GNV).
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