Quinta-feira, 13 de setembro de 2018 - 05h32
247, com Sputnik - Na semana passada, a secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, descreveu o novo livro do jornalista norte-americano Bob Woodward como "nada mais do que histórias inventadas, muitas de ex-funcionários descontentes, para fazer o presidente parecer mau". A Sputnik analisa alguns trechos importantes da obra.
Em seu recém-lançado livro sobre o presidente dos EUA, Donald Trump, o veterano jornalista do Washington Post, Bob Woodward, concentrou-se em uma série de questões internacionais urgentes, incluindo as relacionadas aos ataques com mísseis dos militares americanos no aeroporto sírio em Ash Sha'irat em abril de 2017.
De acordo com Woodward, Trump supostamente considerou dar uma ordem para lançar "um golpe secreto" contra o presidente sírio Bashar Assad após o ataque de mísseis Sha'irat, insistindo em que os EUA deveriam fazer mais.
Ao mesmo tempo, Woodward afirmou que o secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, estaria alarmado com a ideia de lançar um segundo ataque à base aérea da Síria na época, razão pela qual ele trabalhou para dissuadir o presidente de realizar a operação militar.
A longo prazo, Trump parou de exigir o segundo ataque de mísseis contra a Síria e gradualmente se reduziu a outras questões, relata Woodward.
Rússia, armas nucleares e Otan
Em seu livro, Woodward também afirma que a Rússia uma vez alertou o chefe do Pentágono, James Mattis, que se a Otan usasse força militar contra a Rússia nos países bálticos, Moscou não hesitaria em usar armas nucleares táticas contra a Aliança Atlântica.
O aviso levou Mattis a começar a dizer que a Rússia representa uma ameaça existencial para os Estados Unidos, em um movimento que foi endossado pelo presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA, general Joseph Dunford, segundo Woodward.
Disputa sobre Otan entre Trump e Mattis
Separadamente, Woodward descreve como o séquito do presidente dos Estados Unidos, incluindo Mattis e Dunford, tentou convencer Trump da necessidade de preservar a Otan durante uma reunião informal na Casa Branca em 8 de fevereiro de 2017.
Nesse contexto, Woodward cita Mattis como supostamente afirmando que, se a Otan não existisse, deveria ter sido inventada. O secretário da Defesa dos EUA também alegou na época que a Rússia nunca seria capaz de vencer a guerra se desafiasse a Otan.
Aliança entre os EUA e a Arábia Saudita
Em outra parte de seu livro, Woodward aborda as alegadas tentativas do assessor do presidente dos Estados Unidos, Jared Kushner, de trazer o relacionamento americano-saudita de volta ao foco da política externa dos EUA.
De acordo com o autor, Kushner discutiu a questão com Derek Harvey, um coronel aposentado que estava encarregado da política do Oriente Médio no Conselho de Segurança Nacional durante o primeiro ano de Trump como presidente.
As duas autoridades supostamente convocaram uma cúpula importante na Arábia Saudita durante a visita de Trump ao reino em 2017, com Kushner convidando o príncipe herdeiro saudita Mohammed Bin Salman. Segundo Woodward, a visita de Salman ocorreu em março de 2017, dois meses antes da viagem de Trump ao Oriente Médio.
Na semana passada, Trump tuitou que o novo livro de Woodward nada mais é do que uma "fraude, que já foi refutada e desacreditada pelo general (secretário de Defesa) James Mattis e pelo general (chefe de gabinete) John Kelly". A afirmação foi repetida pela secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, que criticou o livro como "nada mais do que histórias inventadas [...] contadas para fazer o presidente parecer mau".
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