Sábado, 4 de junho de 2016 - 19h58
Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil
Contações de histórias, ateliê de pintura, aulas de balé, ensaios e aulas de canto coral. Essa é a forma como a Organização não Governamental (ONG) I Know My Rights e o Centro Universitário Belas Artes de São Paulo estão integrando crianças refugiadas no Brasil. O projeto, denominado Arte como Refúgio, foi lançado hoje (4) na capital paulista com apoio da Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
Entre as atividades programadas, estão contações de histórias na Biblioteca Infantil Multilíngue - para que as crianças mantenham vínculo com sua cultura nativa -, ações no ateliê de pintura, aulas de balé e ensaios do Coral Coração de Jolie, mantido pela ONG.
“A proposta de integração é por meio da arte porque a nossa preocupação é o corpo emocional dessa criança. Nós queremos preservar a identidade cultural de cada criança que chega. A gente quer que ela entenda que é muito rico o que ela traz, que ela não precisa querer se abrasileirar porque está sofrendo muito preconceito na escola, onde ela vive, e querer negar essa origem que ela tem”, disse Viviane Reis, fundadora da ONG I Know My Rights, que hoje atende cerca de 300 crianças.
As aulas ocorrerão em três sábados por mês. O programa está ligado ao curso de relações internacionais do centro universitário e terá apoio dos alunos. Eles atuarão como voluntários nas oficinas e auxiliarão em questões jurídicas, políticas e psicológicas que integram o projeto.
“Sem dúvida, essas atividades que eles estão fazendo fazem toda a diferença na vida dessas crianças. Nós, que estamos aqui no Brasil, podemos pouco fazer para evitar que essas crianças tenham que fugir de maneira forçada do seu país de origem. Mas tem muita coisa que a gente pode fazer para integrá-las aqui no Brasil e tornar a vidas delas a melhor possível”, afirmou a assessora de Proteção da Acnur, Isabela Mazão.
Hoje, durante o lançamento do projeto, um coro formado por crianças refugiadas cantou músicas brasileiras, acompanhado de uma orquestra do centro universitário. “Estou gostando muito de cantar, está demais”, disse Emillie Luzo Nanga, de 8 anos, nascida no Congo, há dez meses no Brasil. “É muito bom participar do coral. Agora penso em estudar, fazer universidade”, acrescentou Júlia Samuel Nicolau Antonio, de 13 anos, natural de Angola, há um ano e dois meses no Brasil.
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