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Tropas brasileiras no Haiti vão para área mais atingida por Furacão Matthew


Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil

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O número de mortes no Haiti já passa de 800 por causa da passagem do Furacão Matthew Orlando Barria/EPA/Agência Lusa/direitos reservados

As tropas brasileiras no Haiti trabalham no envio de comida e remédios para a população mais atingida pelo Furacão Matthew no país. De acordo com o oficial de comunicação da Minustah – a força de paz das Nações Unidas no Haiti –, coronel Alexandre Lima, os militares atuam desde o carregamento de navios que saem da capital Porto Príncipe com donativos em direção à região oeste do país, mais atingida pelo furacão, até a reconstrução de estradas e organização da distribuição dos mantimentos.

“A prioridade maior era abrir estradas. Ontem, a engenharia da ONU, com auxílio das tropas brasileiras, fez o desbloqueio entre as cidades de Les Caye e Jeremie. São duas capitais departamentais e era importante abrir para a passagem dos caminhões. Então, agora a prioridade é levar comida e remédios”, explicou à Agência Brasil.

Segundo o coronel, caminhões pequenos, que suportam carga de até seis toneladas, estão sendo usados para o transporte, porque carretas grandes não conseguem chegar até as vilas mais isoladas. Os militares se preocupam também com a segurança dos comboios, que costumam sofrer saques em situações de crises agudas como esta, e na organização da distribuição dos donativos.

“Eles procuraram entregar prioritariamente para as mulheres, para garantir que elas levarão para casa. Os homens, às vezes, trocam a comida por álcool. Há também a organização das filas para entrega da comida. Até as igrejas, que costumam ter construções mais fortes, foram destruídas”, conta.

De acordo com o coronel, o olho do furacão tocou o solo na cidade de Les Anglais, ao sul da península oeste da ilha. A destruição maior foi numa região circular entre esta cidade e Les Cayes, onde há muitas vilas com casas frágeis e os habitantes vivem da pesca e de plantações pequenas. Segundo Lima, o furacão provocou a destruição completa de casas e devastação de plantações de banana e de outros alimentos nessa região.

O governo haitiano estima que mais 350 mil pessoas necessitam de ajuda humanitária emergencial no país, segundo a Agência Sputnik. “Provavelmente vamos ter problema de falta de comida”, avalia o oficial de comunicação da Minustah.

Mortes

Até o momento, estão confirmados 877 mortos no Haiti por causa do Furacão Matthew, mas a Minustah, embora não faça previsão de números oficialmente, estima que mais de mil mortes. Não há registro de mortos entre os soldados das forças da ONU.

“A nossa tropa está muito motivada, estão todos bem e muito dispostos a ajudar, como sempre acontece com os brasileiros. Não houve mortos no pessoal da ONU – nem brasileiros, nem estrangeiros. Teve uma equipe de policiais de Ruanda, que o local onde eles estavam teve a estrutura 90% destruída, mas eles estão bem”, relatou.


Estados Unidos

Após deixar o Haiti, o Furacão Matthew seguiu para os Estados Unidos, onde passou pela Flórida deixando cinco mortos e mais de 1 milhão de pessoas sem luz. Em seguida, a tempestade seguiu para a Geórgia e hoje passa pela pela Carolina do Sul com expectativa de que passe também pela Carolina do Norte.

Ontem (7), os ventos chegaram a 210 quilômetros por hora e hoje diminuíram para 170 quilômetros por hora. Porém, os perigos ocasionados pelas fortes chuvas aumentaram. Os sites oficiais de Savannah, a mais antiga cidade da Geórgia, e de Charleston, na Carolina do Sul, estão alertando os turistas para que procurem ficar nos hotéis ou até mesmo saiam da cidade se houver um aumento das inundações.

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Furacão Matthew atinge Daytona Beach, nos Estados Unidos
Willie J.Allen Jr/Agência Lusa/Direitos Reservados

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