Segunda-feira, 14 de março de 2011 - 12h36
G1 - Globo.com
Barras de combustível em um reator nuclear japonês atingido pelo terremoto que devastou o país na sexta-feira agora estão totalmente expostas, informou nesta segunda-feira (14) a operadora da usina, a Tokyo Electric Power Co., segundo a agência de notícias Jiji.
A informação se referia ao reator número 2 do complexo Fukushima Daiichi, onde os índices de água para resfriamento em volta do núcleo do reator haviam baixado mais cedo durante o dia.
Segundo a Jiji, a possibilidade do derretimento das barras de combustível não poderia ser descartada. O derretimento aumentaria o risco de danos ao reator e de um possível vazamento nuclear, dizem especialistas.
A informação sobre risco de vazamento ocorre após a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU ter informado que o recinto de confinamento do reator 3 da central nuclear de Fukushima 1 está intacto, após ter sido atingido por uduas explosões nesta segunda-feira (noite de domingo no Brasil).
"O edifício do reator explodiu, mas o recinto de segurança não foi danificado. A sala de controle do reator 3 continua operacional", afirmou a AIEA em um comunicado. Seis pessoas ficaram feridas nas explosões, segundo a agência da ONU, que tem sede em Viena.
As duas explosões desta segunda-feira foram provocadas pelo acúmulo de hidrogênio.
Uma explosão similar aconteceu no sábado no edifício do reator número 1 da central, um dia depois do terremoto e tsunami que devastaram a costa nordeste do Japão.
Explosão
A explosão de hidrogênio ocorreu no reator número 3 da usina nuclear número 1 do complexo de Fukushima. Imagens da da rede japonesa de TV NHK mostraram fumaça cinza sobre a área após a explosão.
O porta-voz do governo japonês, Yukio Edano, acrescentou que são poucas as possibilidades de haver um vazamento radioativo.
Conforme a agência de notícias japonesa Jiji, que citou como fonte a Tokyo Electric Power, operadora da usina, a explosão não danificou o reator. A notícia da preservação foi confirmada pelo governo.
Desde o terremoto de sexta-feira (11), engenheiros japoneses trabalham para evitar um desastre nuclear na usina, que foi gravemente danificada durante o tremor. Na usina, localizada na costa nordeste a 200 km de Tóquio, técnicos estão injetando água do mar nos reatores para tentar controlar a temperatura, já que o superaquecimento pode provocar explosões e acidentes.
Alerta mundial
A ameaça de um grande acidente nuclear no Japão trouxe à tona preocupações em outros países a respeito da segurança desse tipo de instalação.
Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel descreveu a crise no Japão como um momento decisivo para o mundo. Segundo ela, os padrões de segurança nas usinas nucleares alemãs serão revistos. O discurso de Merkel foi feito após um protesto, na véspera, reunir dezenas de milhares de manifestantes, que criticavam o projeto do governo de ampliar o uso dos reatores nucleares do país.
Nos Estados Unidos, o senador Joe Lieberman afirmou que Washington precisa interromper o desenvolvimento de usinas nucleares, até que as lições do que ocorreu no Japão sejam aprendidas.
Rússia
Já o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, afirmou nesta segunda-feira que não há ameaça nuclear global após as explosões , informou a agência Interfax.
"Em função dos dados dos quais dispomos, não pensamos que exista uma ameaça global", declarou Putin, em referência à situação no Japão.
"Nossos especialistas estão seguros de que não há ameaça para o território russo", completou.
Fonte: G1 - Globo.com
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