Domingo, 30 de janeiro de 2011 - 09h44
Renata Giraldi
Agência Brasil
Brasília – O embaixador do Brasil na Argentina, Juan Pablo Lohlé, de 62 anos, afirmou à Agência Brasil que a escolha de seu país para ser o primeiro a ser visitado pela presidenta Dilma Rousseff foi “uma sinalização política importante”. Para ele, a tendência é de ampliar o comércio bilateral, hoje em US$ 32,9 bilhões e aumentar as parcerias em áreas estratégicas, como a construção de reatores nucleares negociada nesta visita a Buenos Aires.
Bem-humorado, Lohlé disse que não faz “distinção” entre os comandos de um homem e uma mulher, referindo-se à própria experiência de ser subordinado às ordens da presidenta Cristina Kirchner. Para os brasileiros, o comando feminino é novidade. “As mulheres mandam há muito tempo. As mulheres quando comandam, comandam. Mas não há de se fazer esta diferenciação”. A seguir, os principais trechos da entrevista do embaixador.
Agência Brasil - A Argentina interpretou como reconhecimento a decisão da presidenta Dilma Rousseff de escolhê-la como primeiro país a ser visitado?
Juan Pablo Lohlé – Claro. Foi uma sinalização importante para nós, argentinos, como sócios do Mercosul, e também para o mundo afora. Muito positivo. Temos que institucionalizar, cada vez mais o Mercosul.
ABr – O senhor está sob o comando de uma mulher há quatro anos [a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner], para nós o comando feminino, é uma novidade. Como são as mulheres no comando?
Lohlé – As mulheres mandam há muito tempo, os homens não mandam nem mais em casa. A ideia de que o homem que comanda é antiga. As mulheres quando comandam, comandam. Mas não há de se fazer esta diferenciação. No caso das senhoras Dilma e Cristina são duas mulheres que têm percepções similares da região e que têm como objetivo melhorar a qualidade de vida de suas populações.
ABr – Na viagem da presidenta Dilma à Argentina energia nuclear está entre os termos de cooperação. As conversas ocorrem no momento que o Irã retoma as negociações com a comunidade internacional sobre seu programa nuclear. Uma situação tem relação com a outra?
Lohlé – Não. Temos de separar as circunstâncias. Temos com o Irã algumas controvérsias sobre manifestações do país a respeito de atentados que ocorreram contra instituições na Argentina [a Embaixada de Israel e a Associação Israelita Argentina]. Com o Brasil, a Argentina planeja construir um reator de multipropósitos de investigação, outro de radiosótopos e satélites de monitoramento climático. A ideia é construir nos dois países. Há, ainda, a Hidrelétrica de Garabi na região argentina de Corrientes e no estado do Rio Grande do Sul. [O objetivo é começar as obras em 2012 para que no futuro a hidrelétrica seja capaz de gerar aproximadamente 2.900 megawatts]. Será o primeiro gerador de energia dos dois países.
ABr – Para a presidenta Dilma, a questão social é essencial. Tanto é que vai apresentar o programa Minha Casa, Minha Vida [que financia moradias populares].
Lohlé -Acreditamos que é possível desenvolver um programa semelhante na Argentina, por isso será assinado o convênio [entre a Caixa Econômica Federal e o Ministério do Planejamento da Argentina]. Os projetos sociais estão entre as nossas prioridades para a melhoria das condições de vida dos mais pobres e por isso aproveitamos as experiências bem-sucedidas, como é este caso do Brasil.
ABr – Os argentinos pensam em investir na exploração do pré-sal?
Lohlé -Sim, acreditamos que é possível fazer um trabalho conjunto de construção de navios. É uma das possibilidades que apresentamos, pois nossa engenharia naval tem uma larga experiência. Podemos formar equipes conjuntas.
ABr – O Brasil e a Argentina vivem um momento de tranqüilidade no comércio. No passado, houve controvérsias envolvendo a venda de uma série de produtos.
Lohlé – Estamos sempre buscando a tranquilidade. Quando há controvérsias, devem ser conversadas e negociadas. As negociações para a implantação do código aduaneiro da Tarifa Externa Comum (TAC) entre Argentina e Brasil já avançaram bastante. Temos de aumentar o comércio bilateral adequando os instrumentos. O comércio bilateral é US$ 33 bilhões, mas acredito que vamos conseguir atingir US$ 40 bilhões. Isso seria o ideal, sou sempre um otimista. Mas deve ter uma integração maior dos mercados do que ocorre atualmente. Temos de promover mais os nossos mercados. Por exemplo, o Nordeste brasileiro é uma região para nós muito importante e que ainda não foi atingido. Podemos chegar lá por meio dos setores energético e alimentar.
ABr – Mas parece que o setor automotivo demora a deslanchar nas negociações entre Brasil e Argentina, por quê?
Lohlé – Este é um setor muito dinâmico com regras bem definidas. Mas precisamos trabalhar para produzir mais e substituir as autopeças importadas por produtos nacionais dos dois lados. A importação dessas peças atrapalha a todos – argentinos e brasileiros. Uma opção é aumentar a produção de autopeças na Argentina, por exemplo.
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