O pátio da prefeitura de Guajará-Mirim ficou lotado na manhã de hoje. Uma grande programação marcou octogésimo primeiro aniversário do município. Alunos, professores, autoridades civis e militares estiveram presentes para homenagear a cidade. O prefeito municipal Atalíbio Pegorini, numa mensagem de otimismo, agradeceu a todos e parabenizou a cidade pérola. O senador Valdir Raup, PMDB, prestigiou a solenidade e participou de algumas inaugurações.
Alunos das escolas da rede municipal de ensino homenagearam a cidade fazendo várias apresentações musicais e teatrais. Durante a solenidade, aconteceram também a Assinatura do Convênio Pró-Jovem, que vai beneficiar 500 jovens do município; assinatura da Regulamentação Lei dos Mototaxistas; autorização da Implantação da Farmácia Popular; assinatura do processo de conclusão da Maternidade Municipal e entrega de certificados a pessoas que foram destaques no município, no ano anterior. Por volta das 11 horas da manhã, foi inaugurado, no bairro Cristo Rei o Sistema de Esgotamento Sanitário de Guajará-Mirim.
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A história
Até o início do
século XIX, “Guajará-Mirim era apenas uma indicação geográfica para designar o ponto brasileiro à povoação boliviana de Guayaramerin” (Vítor Hugo – Os Desbravadores). Naquela época, a povoação era conhecida como Esperidião Marques.
Em
17 de novembro de
1903, com a assinatura do
Tratado de Petrópolis com a
Bolívia, o Brasil se comprometia a construir uma estrada de ferro, ligando os portos de Santo Antônio do Rio Madeira, em Porto Velho, ao de Guajará-Mirim, no Rio Mamoré, destinada ao escoamento dos produtos bolivianos. Os direitos sobre tarifas seriam recíprocos e a localidade foi se tornando conhecida no país com repercussão no exterior.
No
ciclo da borracha, a extração do
látex foi, sem dúvida, ponto decisivo na vida do município. A construção do transporte ferroviário (
Estrada de Ferro Madeira-Mamoré) veio acelerar o povoamento local, contribuindo no incremento da agricultura, além do extrativismo vegetal proporcionado pela vasta e rica vegetação natural existente. Estes e outros fatores, também de relevante importância influíram na subsistência da localidade.
Em
30 de abril de
1912, foi concluída a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e inaugurada oficialmente em 1º de agosto do mesmo ano. Ainda naquele ano, a 8 de outubro, o Governo da Província de Mato Grosso instalou na localidade um posto fiscal, também com a incumbência de arrecadar impostos, sob as ordens do guarda Manoel Tibúrcio Dutra.
Em
abril de
1917, chegou à região de Guajará-Mirim o capitão Manoel Teófilo da Costa Pinheiro, um dos membros da Comissão Rondon. Através dos meandros e lagos do rio Cautário, encontrou apenas algumas poucas centenas de seringueiros mourejando nos barracões da Guaporé Ruber Company, empresa que monopolizava a compra e exportação da borracha produzida na região, na época gerenciada pelo coronel da Guarda Nacional, Paulo Saldanha. Eram os barracões “Rodrigues Alves”, “Santa Cruz”, “Renascença” e outros localizados próximos ao
Forte Príncipe da Beira.
Nada mais havia, a não ser índios arredios que habitavam a região e, de quando em vez, atacavam os exploradores da seringa, que iam à represália procurando dizimá-los, criando rixas entre os grupos e subgrupos dos jauis, tupis, hauris e outros, sendo os pacaás-novos, do grupo jarú, os mais aguerridos nos combates com os colonizadores extrativistas.
Em
26 de junho de
1922, através da Resolução nº 879, o Presidente da Província de Mato Grosso transformou a povoação de Espiridião Marques em Distrito de Paz do município de Santo Antônio do Rio Madeira. Quatro anos mais tarde, em
12 de julho de
1926, a povoação foi elevada à categoria de cidade, por ato assinado também pelo então Presidente da Província de Mato Grosso, Mário Corrêa da Costa.
Em
12 de julho de
1928, pela Lei nº 991, assinada pela mesma autoridade, o Distrito foi elevado à categoria de município e comarca com área desmembrada do município de Santo Antônio do Rio Madeira, tomando o nome de Guajará-Mirim, já usualmente designado pela população. O município foi oficialmente instalado em
10 de abril de
1929.
Em
13 de setembro de
1943, pelos Decretos Lei nº 5.812, o município de Guajará-Mirim passou a fazer parte integrante do Território Federal do Guaporé, criado nessa data. No dia
21 de setembro do mesmo ano, pelo Decreto Lei nº 5.839, a sua área territorial, somada a uma parte da área territorial do município de Mato Grosso-MT (ex-Vila Bela da Santíssima Trindade), passou a compor o novo município de Guajará-Mirim. Esta composição territorial e sua confirmação definitiva como parte integrante do Território Federal do Guaporé se deu em
31 de maio de
1944 através do Decreto-Lei nº 6.550.
Por intermédio do Decreto Lei, nº 7.470, de
17 de abril de
1945, o município de Guajará-Mirim e o município de Porto Velho passaram a fazer parte como os dois únicos municípios da divisão administrativa e judiciária do Território Federal do Guaporé.
Fonte: GuajaráNotícia
Quinta-feira, 28 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)