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JI-PARANÁ: Com 11 metros, rio Machado obriga saída emergencial



Desde 2005, o nível do rio não subia tanto atingindo de uma só vez, quase 5 mil pessoas na cidade. Outras 7 mil correm o risco de deixar suas casas, caso o nível suba mais 60 centímetros. O rio Jaru também atingiu a cota de emergência ameaçando famílias ribeirinhas.

Daniel Panobianco – Até o momento, poucas famílias deixaram suas casas, devido à cheia do rio Machado, em Ji-Paraná, região central de Rondônia, distante 373 km da capital, Porto Velho. Com o nível ultrapassando 11 metros no inicio da madrugada desta terça-feira (24), o Machado está 1,93 metros acima do normal, que é de 9,09 metros, de acordo com dados da ANA (Agência Nacional de Águas). Em apenas 48 horas, o rio subiu cerca de 2 metros inundando diversos pontos da cidade, sendo os bairros mais atingidos o Urupá, Duque de Caxias e São Francisco. Neste último, mais de 100 casas já foram tomadas pelas águas, mas a população insistente em não sair temendo roubos nas residências.

Onde a água já está batendo, são ao todo, 5 mil pessoas distribuídas em 4 bairros. No total, mais de 12 mil estão em áreas de risco, caso o nível do rio alcance 11,60 metros. A maioria é população ribeirinha, que se divide entre o perímetro urbano e a zona rural. As autoridades preparam um plano de contingência, com escolas e ginásios disponíveis, caso haja a necessidade de uma evacuação em massa da população.

Algumas ruas já estão tomadas pela água. Nas proximidades do rio, não há mais como se locomover de carro ou a pé, apenas de barco é possível entrar e sair de casa.

A última grande enchente em Ji-Paraná ocorreu em 2005, quando 510 famílias ficaram desabrigadas ou desalojadas por mais de 50 dias, segundo a SEDEC (Secretaria Nacional de Defesa Civil). No total, o nível do rio permaneceu acima da cota de alerta por 54 dias consecutivos, sendo este, o maior número de dias sem interrupção de alerta. Na ocasião, a estação telemétrica da ANA registrou o nível máximo no dia 6 de março, com 11,83 metros. Mais de 6 mil pessoas foram atingidas direta ou indiretamente pela enchente.

Já em 2006, a enchente atingiu o nível de 11,71 metros no dia 20 de fevereiro deixando várias famílias desalojadas.

 

Rio Jaru também atinge cota de alerta

No município de Jaru, distante 208 km de Porto Velho, o nível do rio de mesmo nome também já atingiu a cota de alerta estando em 8,85 metros, segundo dados de outra esta ão telemétrica da ANA. A média normal é de 6,94 metros, ou seja, o rio está 1,91 metros acima do considerado seguro para os moradores. Comunidades de Santa Cruz da Serra, Tarilândia e Urumansa, ambas no interior do município, já estão sendo afetadas pela cheia do rio, com dificuldade de tráfego nas linhas e eixos de ligação pela zona rural. Famílias ribeirinhas do Núcleo de Bom Jesus, próximo à divisa municipal com Theobroma, estão impossibilitadas de deixarem suas casas por terra. A água já está 2 metros acima do normal, segundo relato de moradores locais.


Previsão não é animadora

A previsão de chuva - sinalizada pelos principais institutos de meteorologia do Brasil, INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e CPTEC/INPE (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) do (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) – não é animadora, principalmente quanto ao nível do rio Machado. A previsão é de chuvas generalizadas pelo menos até sexta-feira, o que pode agravar ainda mais a situação.

Na tarde de ontem (23), chuvas muito fortes ocorreram no interior do município de Pimenta Bueno. O nível dos rios Barão de Melgaço e Pimenta Bueno está muito elevado; O rio Pimenta, principalmente, que alcançou 7,66 metros no inicio da noite, de acordo com o Corpo de Bombeiros local. Alguns pontos às margens já começam a ser afetados pela cheia.

Toda a água acumulada nos dois rios deságua no rio Machado, que só vem criando volume ao passar por Cacoal e Presidente Médici, antes de chegar até Ji-Paraná.

Ainda na noite de ontem, uma tempestade provocou alagamentos em parte de Rolim de Moura, Presidente Médici e Teixeirópolis.

Com esta situação de chuvas fortes na Zona da Mata e em todo o Centro-Sul de Rondônia, a expectativa é de que o nível do rio Machado, dentro do perímetro urbano de Ji-Paraná, possa alcançar, senão, ultrapassar os 11,60 metros obrigando a retirada de imediato da população que vive em áreas de risco.

A situação de enchente na Amazônia é diferente de outros lugares mais ao sul que registram fenômenos adversos causados por chuvas torrenciais. Na região amazônica, uma enchente pode durar semanas e até meses, dependendo do regime de chuvas. Já nos Estados sulinos, a cheia é passageira e por isso, o impacto em que a população sofre é bem menor.

Dados: ANA – SEDEC – Corpo de Bombeiros de Pimenta Bueno – 60 Graus – CPTC/INPE – INMET   (Fonte: De olho no tempo)

 

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