Sábado, 27 de março de 2010 - 08h17
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Neodi Carlos (PSDC), defendeu nesta terça-feira (26) que as empresas responsáveis pela execução das obras de construção da usina na localidade de Tabajara, no Rio Machado, em Machadinho do Oeste, estabeleçam um cronograma de investimentos no município como forma de compensação ambiental.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Neodi Carlos (PSDC), defendeu ontem terça-feira (26), que as empresas responsáveis pela execução das obras de construção da usina na localidade de Tabajara, no Rio Machado, em Machadinho do Oeste, estabeleçam um cronograma de investimentos no município como forma de compensação ambiental. Ele adverte pelo o surgimento de problemas sociais para o município durante o decorrer das obras.
A preocupação do deputado foi apresentada aos técnicos das empresas Furnas, Eletrobrás, Queiroz Galvão e Eletronorte, durante audiência promovida pela Câmara dos Vereadores no espaço cultural Maria Andrade Rocha. “O empreendimento tem todo o nosso apoio, mas queremos evitar os problemas enfrentados hoje pela população de Porto Velho, em conseqüência da construção das usinas do Rio Madeira. O trânsito virou um caos, a violência aumentou e os hospitais particulares e públicos estão superlotados”.
Ele destacou ser importante a realização de audiências públicas para discutir sobre os investimentos para evitar os problemas sociais. “É necessário, antes do início das obras, estabelecer um cronograma de infra-estrutura a ser executado no município para não ocorrer o que aconteceu em Porto Velho, onde as empresas destinaram maior volume de recursos para cuidar dos macacos e antas e destinaram um valor irrisório para a capital. O Hospital Regional de Cacoal só recebeu recursos das empresas para a conclusão das obras, como forma de compensação ambiental para Rondônia, graças a interferência do governador Ivo Cassol”.
Neodi lembrou que nos últimos meses o município amargou prejuízos com os constantes interrompimentos no fornecimento de energia elétrica, que é gerada por meio de geradores. “Hoje esse problema foi sanado graças a Ceron. Mas o município oferece estrutura para fornecer energia confiável para o Estado”, disse o deputado, acrescentando que essa semana recebeu informação do Ministério de Minas e Energia que Machadinho e Buritis serão interligados ao sistema nacional de distribuição de energia elétrica.
População conhece empreendimento da Usina de Tabajara
A audiência pública, que foi conduzida pelo presidente da Câmara de Vereadores, Amauri Vale, é a primeira de uma série que correrão no município de Machadinho nos próximos anos. A primeira etapa, segundo a Eletrobrás, serviu para a população conhecer o andamento do projeto, a viabilidade técnica da usina e a fase de execução do projeto de licenciamento ambiental. Segundo Márcio Porto, diretor de construção da empresa Funas, o leilão que definirá a empresa que vai construir o empreendimento acontecerá em 2011 e o início das obras tem previsão para começar em 2012. “A Usina terá um barramento de 3 quilômetros, 128 quilômetros de reservatório e será responsável pela geração de 350 MW de energia elétrica por meio de 3 turbinas”.
O empreendimento vai desabrigar 51 famílias que residem às margens do rio, segundo estudo feito em 2006 pela empresa Furnas. “Já tivemos um primeiro com esses moradores e no decorrer do processo estaremos retornando à região para negociar com as famílias a desocupação da área onde será construída a usina. Todos serão beneficiados com a construção”, garantiu.
O Instituto Chico Mendes, que acompanha a execução do projeto, decidiu formar um grupo técnico para discutir com os órgãos públicos e as empresas responsáveis pela obra sobre a exclusão de uma unidade de conservação, que será afetada com a construção da usina. Esse acordo será encaminhado para análise da Casa Civil, que é ligada a Presidência da República.
Segundo João Rufato, engenheiro da Eletronorte, que a floresta será recomposta após a conclusão das obras. “Será feito um ‘desmatamento cirúrgico’ para a construção do canteiro de obras. Após a conclusão dos trabalhos, o segundo passo será o reflorestamento do local afetado”, explicou o engenheiro, acrescentando que esse procedimento está sendo efeito no município de Aripuanã (MT). “Esses acordos são feitos para evitar problemas com o meio ambiente e Ministério Público e Instituto Chico Mendes”, afirmou.
A audiência contou com a participação do senador Valdir Raupp (PMDB), deputados federais Ernandes Amorim (PTB) e Marinha Raupp (PMDB), prefeito de Machadinho, Marinho Alves (PV), prefeitos Confúcio Moura (Ariquemes), Ernan Amorim (Cujubim), vereadores Ezequiel Júnior (PSDC), Cirilo, moradores do distrito de Tabajara, presidentes de associações, empresários da região e representantes de vários segmentos da sociedade.
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