Sexta-feira, 24 de abril de 2015 - 13h32
Professor Nazareno*
Recentemente um tornado de grandes proporções destruiu parte da cidade de Xanxerê no oeste do desenvolvido Estado de Santa Catarina. O governo local decretou estado de calamidade pública na cidade, que foi a mais afetada pela força dos ventos. Quase três mil casas foram destruídas, duas pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas, três em estado grave. Ponte Serrada e Passos Maia, outros municípios daquela região, também teriam sido atingidos e tiveram igualmente muitos problemas. Este atípico fenômeno da natureza, muito comum nos Estados Unidos e raríssimo por aqui, provocou muita destruição por onde passou. No Brasil desenvolvido e mais civilizado, estamos em pleno outono e como esta parte do território nacional está abaixo do Trópico de Capricórnio e numa zona de transição climática, esse fenômeno é possível.
O que muita gente não sabe é que em Porto Velho, capital de Rondônia, há muitos outros tornados acontecendo sem que ninguém se dê conta. Aqui, a cada quatro anos, aparece um tornado violentíssimo, bem como outras misérias e desgraças que perduram por todo esse tempo causando muita tristeza e destruições a toda a população. Não há catástrofe maior para Porto Velho, por exemplo, do que o tornado que está nos castigando neste momento e que já dura quase três anos. Antes, entre os anos 2005 e 2012, a capital das “sentinelas avançadas” foi sacudida por uma das piores tragédias de que se tem notícia: a administração petista que durou quase uma década. Foram anos de desolação, desgraças, infortúnios, pessimismo, roubos e ladroagens. Muita gente afirmava que era o Armagedon. Não foi. Só que depois veio outro tornado pior ainda.
Como numa maldita cantilena dos infernos, a terra dos “destemidos pioneiros” tem passado por esta provação desde o ano de sua fundação há um século. A destruição em Xanxerê foi grande, mas a daqui é muito pior. Sem água tratada, sem esgotos, sem qualidade de vida, sem boa rede escolar nem de hospitais, com lixo no meio das ruas, sem estrutura urbana nenhuma, sem transportes coletivos, sem arborização, sem praças, sem lugares de lazer, pontilhada de favelas e sem nenhum atrativo turístico, Porto Velho não é uma cidade como aquela do Oeste catarinense. É um arremedo de aglomeração urbana muito anterior à Idade Média e que concentra uns 500 mil matutos num canto só. Diferente das cidades atingidas pela recente catástrofe, a capital de Rondônia fede como carniça e não há uma única rua ou avenida sem lixo. Lama e poeira é rotina por aqui.
Mas como “quem ama o feio, bonito lhe parece”, a população alienada e feliz alardeia aos quatro cantos do mundo o seu amor por este monturo. E certamente deve ter mesmo alguma razão, pois mais de dez políticos atualmente não escondem o desejo maior de administrar a pocilga suja e fétida. Entra prefeito e sai prefeito e nada melhora nesse buraco quente. A internet daqui é lenta, a rodoviária é uma fedentina só, o porto é um barranco imundo, o aeroporto não é internacional e até a poderosa TV Globo exibe seus programas gravados como fazia há 35 anos. Antes tivéssemos os mortais “funis de vento” do Sul, pelo menos seríamos notícia nacional e não morreria tanta gente assim vítima do descaso, vermes, desnutrição, disenteria, malária, leptospirose, curuba e de outras doenças curáveis. Rezemos pelos catarinenses e torçamos para que o Brasil olhe por nós, os esquecidos “nestas paragens do poente”. Aqui, nem os fortes sobrevivem.
*É Professor em Porto Velho.
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