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A Tira da Semana


 

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Abdoral Cardoso
 
 

Desconfiômetro -Datafolha divulgou na semana a avaliação dos paulistanos sobre os 10 últimos anos dos três Poderes da República. A desconfiança com o Congresso subiu de 17 para 22%. O descrédito nos partidos políticos de 22% para 44%. A credibilidade do Judiciário caiu de 38% (2003) para 34% (2007) e 20% (2013). Já a aprovação do Executivo caiu de 51% (2003) para 31% (2007) e atualmente é de 19%, abrangendo os dois mandatos de Lula e os mais de 2 anos de Dilma.

Em tom maior– Quarta-feira, 19/6, empresários e comerciantes da marginal da BR-364, no entorno de Porto Velho, fizeram um avant-premiere do #VempraruaPvh. Prejudicados com o abandono das obras de duplicação da rodovia federal, organizaram um ato público para protestar contra a demora do reinício das obras da chamada “Rua da Beira”. Simularam a saída da cobiçada paciente da UTI do hospital-escola do DNIT e com o apoio de umas cinco dezenas de manifestantes simularam o velório e sepultamento do logradouro. A manifestação malogrou apesar do caráter ordeiro e democrático. Talvez o protesto tenha exagerado no tom, pois a prefeitura havia iniciado no local algumas benfeitorias e o ato ficou mesmo circunscrito a um pequeno grupo de manifestantes. Valeu, no entanto, como exercício de cidadania.

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#VempraruaPvh - Quinta-feira, 20/6, milhares de jovens e adultos, a maioria deles mobilizados por meio das redes sociais, estima-se em 30 mil, conseguiu repetir na capital de Rondônia a façanha dos protestos convocados pelo Movimento Passe Livre no eixo Rio-São Paulo. Claro, ampliado com críticas aos diferentes níveis de governo e um forte apelo de massa contra a corrupção, a PEC da Mordaça que dá a prerrogativa do instituto da investigação apenas aos policiais federais e civis, gastanças com a construção de estádios no padrão europeu para realização das Copas da Confederação e do Mundo, e a má qualidade de serviços públicos como saúde, educação e transporte.

Vandalismo – Tudo muito civilizado durante a concentração do movimento na Praça da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, símbolo maior do processo de colonização de Rondônia. Mas bastou os manifestantes saírem em passeata, que surgiram os primeiros grupos de vândalos. Se não conseguiram a depredação de alguns monumentos do centro histórico de Porto Velho, alcançaram o elevado do viaduto inacabado do cruzamento da BR-364 com a av. Jatuarana. Ali, numa demonstração que mais parecia um surto psicótico tentaram remover as manilhas de concreto que delimitam as margens da obra, e atearam fogo a vários pontos do elevado até serem retirados mais tarde pelos policiais militares.

Insurretos – A coordenação do Movimento Passe Livre, responsável pelas primeiras convocações dos atos de protesto em nível nacional, se nega a admitir o caráter apartidário do movimento. Nem poderia, pois na vanguarda ou não, toda bandeira de luta do MPL deriva das orientações e da experiência da militância de alas abrigadas sob o manto do PSTU e do próprio PT. Tanto assim que decidiu não convocar mais novos atos de protestos, alegando haver conquistado o seu intento com a redução do preço das passagens de ônibus e do metrô para R$ 3,00 em São Paulo, onde o passe passara a custar R$ 3,20.

Pronunciamento – Depois da própria Agência Brasileira de Inteligência subestimar o papel das redes sociais na etapa de mobilização dos protestos, também soa como tardio o pronunciamento da presidente Dilma Roussef, que desde a deflagração do primeiro ato deveria ter condenado os atos de vandalismo e enaltecido o caráter democrático das manifestações ordeiras. Da forma como o Palácio do Planalto introduziu-a em cena, o pronunciamento da ex-pedetista deu a impressão que o próprio sistema relutava em desmobilizar o movimento, ou cometeu um erro crasso de avaliação. Embora deva-se reconhecer a novidade do rompimento dos canais e métodos tradicionais de mobilização de tanta gente, feito dessa vez por meio do uso das redes sociais e da comunicação interpessoal.

Golpe- Aliás, chama à atenção o não agendamento das reivindicações e a indefinição de quem coordenava o quê. Paramos na demonstração da politização de nossos atos, mas faltou informação.  Movimento de massa quer queiramos ou não sem a vanguarda dos partidos políticos e das entidades representativas da sociedade organizada é um sonho juvenil. E sem coordenação ou liderança atende pelo verbete de “turba”, que, na maioria das vezes, pode produzir efeitos indesejáveis como a prática de atos de vandalismo e depredação do patrimônio público. Como se na sã inocência de demarcarmos nossos espaços, não estivéssemos firmando nossas convicções político-ideológicas. E isto é doutrina, é política. Ainda que não aceitemos podemos estar sendo usados, inclusive pela mídia, como massa de manobra. É assim que são criados os cenários para perpetração dos golpes de extrema-direita ou de esquerda.

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Anomalia – Os protestos marcham para o fim. Salvo alguma outra exceção prevista para este sábado. Parece que o jejum de vários anos tirou do manifestante a argúcia de saber reivindicar. Transformamo-nos em milhares estivesse fazendo sol ou chuva. Poucos se conheciam, no entanto, a não ser das salas de bate-papo. Por isso retornamos no bom estilo das micaretas, dos carnavais fora de época. Mas felizes e inebriados com a experiência, dessa vez sem repressão a não ser aos vândalos. Esquecidos, todavia, de que num país com as dimensões do Brasil, deveríamos ter registrado em cartório nossas reivindicações para amanhã não ser acusados de omissos. Pois em cada unidade federativa, nossas preocupações, nossas agruras, nossas vontades e desejos se alternam. Em Rondônia, esquecemos temas pontuais como a redução da maioridade penal, a destinação correta dos recursos do Pré-sal, o cuidado com o Meio Ambiente, pugnar pela valorização do educador para alcançar a melhoria da qualidade da educação. Não é mais possível, o Brasil conviver com a disparidade salarial entre quem prende e quem educa, com a anomalia de quem mais contribui para forjar o caráter e personalidade de um indivíduo receber menos do que quem usa o distintivo da ação coercitiva!  

Hegemonia- A hegemonia da seleção brasileira de futebol acabou. O futebol força, com marcação por zona, ganhou relevo em todas as competições. Basta analisar o jogo de estreia do Japão. O Zico esteve por lá ensinou alguns fundamentos do esporte e dia 15 de junho, no jogo em que o Brasil venceu de 3 x 0, a seleção japonesa mesmo jogando no moderno estádio Mané Garrincha, enfrentando a adversidade do ar rarefeito a 1.200 metros acima do nível do mar, vendeu caro a derrota. O Brasil fez 2 x 0 no México, no jogo seguinte, e neste sábado (22) joga contra a Itália ainda sem o time estar totalmente entrosado.  Se os protestos de rua que eclodiram durante a semana, deixarem.

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Reforço – O jornalista Osmar Silva, 67 anos, é o novo diretor do Departamento de Comunicação Social do Governo de Rondônia. Assumiu dia 14 de junhoem substituição ao jornalista Júlio Olivar, que saiu para assumir a Superintendência Estadual do Turismo (Setur). De olho no jornalismo cidadão, o governador nomeou ainda a jornalista Edna Okabayashi para o cargo de subdiretora, exercido te então  por Suely David que continua a integrar a equipe de comando do DECOM. Silva cursa direito na Uniron, veio da Bahia há 32 anos, fundou os jornais “O Parceleiro”, em 1979, em Ariquemes, e “Gazeta de Rondônia” em 1980 em Ji-Paraná. Escritor ficcionista e poeta, também exerceu os cargos de ex-secretário de Justiça, ex-diretor do Sebrae, ex-presidente do Iteron (Instituto de Terras de Rondônia), ex-secretário de Administração e ex-secretário de saúde de Ariquemes, no governo Francisco Sales. Edna possui formação em Letras, é pós-graduada em Língua Portuguesa e Cultura e Meio de Comunicação, assessorou a prefeitura de Cacoal, idealizou a Revista Credisis & Negócios, e presta consultoria política, cooperativismo e empresarial, e venceu por três anos consecutivos o Prêmio Sebrae de Jornalismo.  

Reflexão – Dia 27 de março de 2008, o TSE cassava o mandato do primeiro parlamentar federal por infidelidade partidária. Odeputado federal Walter Brito Neto (PRB-PB) teve o pedido de decretação de perda de seu cargo eletivo ajuizado pelo Democratas (DEM), seu antigo partido. Por unanimidade, os ministros entenderam que não houve comprovação nos autos pelo deputado de que teria sofrido discriminação, como alegou em sua defesa. Em2006, o então candidato a deputado federal conseguira a primeira suplência e foi diplomado pelo DEM. Em setembro de 2007 se desligou e em novembro se filiou ao PRB, ocupando a vaga decorrente da renúncia do deputado Ronaldo Cunha Lima, eleito pelo PSDB.
 

Fonte: Abdoral Cardoso é jornalista(SRTE/RO Nº. 13)

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