O número de alunos de escola pública que entraram nas Universidades Públicas Federais caiu em 2016 e foi a queda mais acentuada dos últimos dez anos. Das cerca de 326 mil vagas disponíveis nas instituições federais de ensino superior, só 30,6% - estudaram em escola pública no ensino médio. Em 2015, 35,1% dos ingressantes eram da rede pública e há 20 anos atrás, pasmem o percentual chegou a 54.76%. Então para que serviu a política de reestruturação do ensino superior ou REUNI de 2005.
Este foi o primeiro ano em as IFES adotaram o Enem em sua totalidade, ou seja, as 63 universidades federais como forma total ou complementar de seleção. Mesmo considerando os que entraram por esse sistema, o porcentual de inclusão continua menor do que o de 2015 e vai decrescendo comparando-se a última década- no total, os estudantes ingressantes de escola pública representaram apenas 30,6% neste ano.
Já a proporção dos alunos que entraram como autodeclarados pretos, pardos e indígenas, selecionados, aumentou de 18,8% em 2015, para 21,5% neste ano. O MEC através do INEP não divulgou os motivos desse resultado negativo para a educação pública brasileira. A universidade tem como meta ter 50% dos calouros da escola pública até 2018, porém as metas vem perdendo essência e o efeito contrário é o que se observa.
Ao usar o Enem, as universidades pretendiam aumentar o nível de inclusão. Como a medida acabou a reduzir o número de alunos da rede pública, o MEC necessita urgente discutir com as IFES (instituições federais de ensino superior) e rever a destinação das vagas de através de políticas que atraiam esses alunos que estão procurando outras alternativas como o PROUNI que cresceu no mesmo período 56% e o FIES 23.45% maior crescimento da última década.
Em Rondônia
Os problemas operacionais e técnicos para elevar o nível de inclusão é o fator causal que atinge as políticas de ensino médio da Secretaria de Educação. Os alunos que irão prestar o ENEM, por exemplo, dependem por iniciativa própria procurar conhecer o funcionamento do processo, haja vista ausência de mecanismos do Poder Público com essa molta e, obviamente, o desinteresse por esse alunos em ingressar numa universidade pública começará durante o ensino médio. Em 2015 o número de alunos da Rede Pública de Educação em Rondônia decresceu em relação a 2014 o que aponta que algo grave precisa ser diagnosticado e medicado!
Texto de Victoria Angelo Bacon
Em 02 de julho de 2016.