Segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014 - 20h37
Dejanir Haverroth
A suposta desistência de Confúcio Moura do pleito deste ano pode ser uma estratégia para tira-lo dos holofotes da mídia negativa até que ele ganhe um fôlego. Se for isso, pode ser um “tiro no pé” dado por seus marqueteiros. O mais provável é que aconteça uma debandagem geral de seus possíveis aliados.
A dissimulação é uma das características de Confúcio. Ele sabe o que quer, mas procura confundir seus adversários usando uma velha tática militar: a “contrainformação”. Esse também é um conselho milenar, retirado do livro “A arte da guerra”, de Sun Tzu. “Toda guerra se baseia no engano. Disponha de sinais para despistar o inimigo...”. Confúcio pode mesmo estar fingindo para dissimular. Finge até ter estratégia.
Quem espalhou a notícia de que Confúcio renunciaria é o deputado Amir Lando. Talvez ele queira repetir o vexame de 2002, quando era o presidente do partido em Rondônia e renunciou a candidatura ao governo e apoiou o PP, de Natanael Silva. Foi, talvez, a pior burrada que ele fez. Depois daquela tragédia ele nunca mais ganhou eleição. Assumiu uma vaga na Câmara Federal com pífios oito mil votos graças ao afastamento de Natan Donadon.
O histórico do PMDB no poder em Rondônia desanima qualquer filiado. Confúcio loteou o governo com seus adversários e deixou os companheiros com as migalhas que caiam da mesa.
Expedido, que agora é candidato ao governo (mesmos se não fosse, jamais apoiaria Confúcio nesse pleito) comeu à mesa com o governador e nomeou seus aliados para cargos importantes e assessorias polpudas. Além do contrato de R$ 57 milhões com sua empresa de vigilantes.
Se Confúcio jogar a toalha, resta apenas um nome no partido para concorrer com chances de ganhar. Trata-se da deputada federal Marinha Raupp. Pessoas próximas a ela garantem que Marinha repele a ideia. A família Raupp, embora “dona” do PMDB de Rondônia, conseguiu sair ilesa desse mandato desastroso do governo Confúcio. Não acho que seria uma boa ideia colocar Marinha no “olho do furacão”.
A última cartada do PMDB e de Confúcio para uma candidatura viável a governo em 2014 é segurar o PT oferecendo a vaga de vice. Nenhum dos outros partidos que buscam essa vaga (PSB e PDT) agrega mais. O PT soma nos 52 municípios e poderá usar os investimentos do Governo Federal no Estado como argumento de campanha.
A vaga de vice do PMDB, para os Gorgacz, não foi uma boa escolha em 2010 e será pior agora. Os Gurgacz não estão bem na maioria dos municípios. Com exceção de Ji-paraná, a casa deles. Além disso, terão uma oposição ferrenha de taxistas, moto-taxistas, funcionários e muitos usuários do DETRAN. Esses certamente debandarão para o Expedito ou para o PT.
O PSB, de Mauro Nazif, apelidado “Prefeito Zumbi” não soma a ponto de merecer uma vaga de vice no PMDB. No maior colégio eleitoral do Estado, Porto Velho, o PSB está em vertiginosa decadência por conta da administração vexatória de Nazif. Assim como os Gurgacz, o PSB só vai somar mesmo em Ji-paraná, onde o prefeito Jesualdo Pires faz um bom trabalho. Julio Olivar, ex PCdoB e ex PMDB, agora PSB, vai lutar até o ultimo round para ser o vice de Confúcio. Se depender do governador, já é!
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