Marcelo Freire
A decisão do Corpo de Bombeiros de liberar parcialmente o estádio Aluízio Ferreira, em Porto Velho, para os jogos do Campeonato Estadual de Futebol, é o mínimo que pode ser feito em apoio ao esporte rondoniense. O projeto de reconstrução do estádio Aluizão, como é conhecido pelos apaixonados pela prática esportiva, ainda patina nos órgãos responsáveis pela obra e essa morosidade na retomada da obra parece desanimar os amantes do esporte.
A cidade de Porto Velho recentemente deixou o status de única capital do Brasil a não ter um teatro para receber grandes espetáculo. De fato, o governo do Estado inaugurou o Teatro Estadual Palácio dos Artes com direito ao espetáculo O Cisne Negro. Essa obra durou quase 20 anos. Em compensação, o município ficou sem o único estádio que contava para sediar grande eventos esportivos.
Interditado em 6 de março de 2003 pelo Corpo de Bombeiros, o estádio já completou dois anos de portas fechadas para o Campeonato Estadual. Ao que parece, uma interdição puxa a outra. O Estádio Biancão, localizado em Ji-Paraná, também está na mesma situação e aguarda laudos do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Vigilância Sanitária e Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea).
Palco de grandes confrontos esportivos entre o Moto Clube e o Ferroviário, o Aluizão conseguiu atrair na década de 80, um bom público da capital e interior do Estado. No entorno do estádio, entre os bairros Olaria e Arigolândia, existiam várias áreas de lazer e campos de futebol e os amantes do esporte ocupavam esses locais nos finais de semana. Com o passar do tempo, essas áreas foram perdendo espaço para grandes empreendimentos e o porto-velhense foi ficando cada vez mais restrito aos jogos de futebol. A única alternativa passou a ser o Estádio Aluízio Ferreira.
Administrado pela Superintendência de Esportes e Lazer (Secel), o estádio nunca recebeu a atenção merecida. A interdição do Aluizão pode ser culpa do próprio Estado, que não fez a manutenção preventiva corretamente. A obra do porte do Aluizão precisa ser fiscalizada com frequência pelos órgãos de fiscalização. Ao que parece, ao longo de vários governos, essa prática passou despercebida pelos órgãos de controle. Até quando vai durar essa interdição? Resta torcer para a que a reforma do Aluizão não siga o mesmo ritual do Teatro Estadual.