Quarta-feira, 10 de novembro de 2021 - 09h47
Mediante os problemas de ordem ambiental que cada vez
mais assolam a humanidade, a preocupação com a preservação do meio ambiente
ganha uma nova tonalidade: os limites da ação humana perante a natureza. Ademais,
é cristalino que as mudanças climáticas estão cada vez mais intolerantes à
procrastinação e aos interesses corporativos daqueles que acreditam que o planeta é
infinito no que tange aos recursos naturais.
Assim sendo, é imprescindível que a sociedade
incline-se para um debate mais claro,
fundamentado, desprovido de paixões políticas, acerca das questões ambientais, a fim de
promover soluções adequadas e em curto espaço de tempo para uma agenda tão
importante do século XXI, a qual pode definir os rumos da humanidade.
É necessário ressaltar que durante o século XIX, a
Filosofia já alertava o mundo sobre os efeitos da euforia cientificista da
Revolução Industrial, sobretudo no que diz respeito ao posicionamento da
humanidade perante os inúmeros avanços tecnológicos e os seus desdobramentos na
sociedade industrial.
Acreditava-se em um futuro promissor, cujo avanço da
Ciência seria a salvação para os problemas da humanidade e que a única forma válida
de conhecimento deveria possuir raiz
unicamente científica, relegando
expedientes éticos a um patamar inferior
aos avanços aclamados durante a “Revolução das Máquinas”.
Infelizmente, a crença de que o futuro seria menos
amargo por conta do avanço científico -muitas vezes desprovido de preocupação
ética- não chegou e muitos dos problemas
de outrora ainda estão presentes, sendo que vários deles continuam a destruir a
natureza com mais intensidade, tornando as soluções a cada vez mais imperiosas.
Por outro lado, Filosofia pode contribuir para a preservação
ambiental, uma vez que naturalmente tem o papel de compreender a realidade,
fundamentar conceitos e propor um debate neutro para os traumas da
contemporaneidade, fazendo com que interesses escusos sejam desvelados e a
insensatez ideológica caia em descrédito perante a luz de um debate crítico.
De modo mais preciso, a Filosofia pode e deve assumir
enfoque nas discussões acerca das mudanças climáticas, de modo a mitigar a
influência de facções demagógicas (que tanto empobrecem e denigrem um debate
tão importante) e consequentemente oferecer à sociedade respostas mais realísticas
aos problemas inerentes ao nosso século.
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Formei-me em 1958 em Direito na FDUSP e desde o início da década de 60,quando cinco dos atuais Ministros ainda não tinham nascido, atuo perante a Su