Quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020 - 06h49
Há inúmeros cidadãos que têm excelentes propostas para a solução de problemas que afligem as comunidades em que vivem. Utiliza-se aqui a palavra comunidade em seu sentido verdadeiro e não como eufemismo pós-contemporâneo de uso restrito para denominação “politicamente correta” de favela.
Ocorre que esses cidadãos, por mais entusiasmados que sejam em relação a tais propostas, não se sentem animados a participar da vida partidária. E isso tem uma clara razão de ser: o ambiente insano das instâncias internas das agremiações políticas. Sendo cidadãos preocupados com o bem comum, dificilmente se identificam com as práticas comuns aos dirigentes partidários.
E isso é tão verdadeiro, ao ponto do atual presidente da República, que tem todo o seu marketing político construído em torno da ideia de passar o país o limpo, haver constatado que, para fortalecer-se politicamente, na atual conjuntura, nada melhor do que ficar sem partido. Quanto à extemporaneidade da criação de um partido “para chamar de seu”, registre-se, por ora, que é algo merecedor de abordagem mais aprofundada em artigo centrado em tal tema.
No mais, para evitar digressões, cumpre avançar aqui para a afirmação de que os partidos ou não têm uma tradição de acolhimento ao cidadão, ou a abandonaram na medida em que exerceram o poder ou com ele conviveram como apêndices ou coligados. De tal sorte que, para que se tenha efetiva expectativa de que as eleições deste ano representam a oportunidade de mudança pela qual a comunidade anseia, seria necessária uma ampla reforma nas normas que regem a organização partidária, seguida da devida transformação na esfera interna dos partidos.
Inarredável, tal verticalidade descendente. Ilícito será, pois, acreditar que a transformação tão desejada viesse surgir dos próprios corpos diretivos atuais dos partidos e alcançasse consubstanciação no plano legislativo. Até porque os partidos com perfil mais próximo disso tendem a ser eliminados do cenário por meio da cláusula de barreira e outros mecanismos de exclusão.
Nesse cenário de desesperança, cabe aos cidadãos do bem (não “de bem” – expressão que ganhou conotação de pretensioso rótulo em debates como o da facilitação da compra de armas – e, muito menos, cidadãos “de bens”, no mais das vezes não declaráveis ao fisco) buscarem seu fortalecimento em movimentos suprapartidários, em organizações sociais e em outros agrupamentos, que lhes permita unirem forças e esforços em prol da construção de uma nova consciência popular, que impulsione as municipalidades a conquistas que lhes minorem o sofrimento imposto por mandatários que veem na promessa reiterada de atendimento aos anseios sociais meramente um instrumento de manipulação eleitoreira.
Quem nunca viveu algum tipo de desconforto na mesa de um restaurante? Sabemos que existem profissionais que operam na linha de frente do atendimento
Distribuição da água, coleta e tratamento do esgoto rumo a privatização em Pernambuco
Virou palavrão falar em privatização, depois das promessas não cumpridas com a privatização da distribuidora de energia elétrica, a Companhia Energé
Recomeços: como traçar sua melhor jornada para 2025
Sempre há tempo de recomeçar, porém o Ano Novo é um período no qual geralmente as pessoas dão uma parada para reflexões que nos trazem mais uma chan
Gastança, a praga moderna que atrasa o Brasil
No século XIX, o pesquisador francês August Saint-Hilaire (1779-1853) ficou espantado com a ação devastadora das formigas cortadeiras no Brasil, ati