Terça-feira, 14 de junho de 2022 - 09h39
A calvície afeta
aproximadamente 42 milhões de brasileiros, sendo muitos deles homens jovens
entre 20 e 25 anos, o que pode afetar diretamente a autoestima desse público.
Segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS) metade dos homens deve apresentar queda de cabelo até os
50 anos, sendo que eles representam 90% das pessoas acometidas pela alopecia
androgenética.
O que causa a
calvície em homens?
A calvície masculina
é causada pela alopecia androgenética, condição herdada geneticamente dos
progenitores.
Nesse quadro, o
paciente apresenta inicialmente uma rarefação da haste capilar chamada
miniaturização até que o folículo piloso atrofie completamente e deixe de
produzir novos fios.
Esse processo tem a
participação do hormônio andrógeno di-hidrotestosterona (DHT), formado a partir
da conversão da testosterona pela enzima 5-alfa redutase.
Em pessoas acometidas
pela condição, o DHT ataca os folículos pilosos do topo do couro cabeludo,
causando atrofia progressiva dessas estruturas.
Nos homens, o padrão de
calvície é nas entradas ou têmporas e topo da cabeça, com preservação dos
folículos pilosos da nuca e laterais, o que resulta na estética de “coroa” que
incomoda tantos pacientes.
Como os cabelos
afetam a autoestima masculina?
Apesar da calvície
masculina ser mais comum após os 40 anos, alguns pacientes desenvolvem a
condição precocemente entre os 20 e 25 anos.
O primeiro indicativo
da alopecia androgenética em homens é a mudança da característica dos
fios.
É possível notar o
afinamento progressivo da haste capilar e o couro cabeludo aparente, a depender
do corte e penteado.
Alguns fatores podem
antecipar ou agravar a condição em pacientes predispostos, como maus hábitos,
incluindo na alimentação, sedentarismo e tabaco, e uso de anabolizantes e
outras substâncias com testosterona.
As famosas entradas
são um dos aspectos mais incômodos aos homens.
Quando o paciente é
jovem, é comum que essa aparência motive o uso frequente de boné, por exemplo,
para esconder a aparência calva da região.
Com o avanço
progressivo da calvície, outros incômodos surgem, pois a estética capilar é
muito associada à virilidade e jovialidade.
Alguns homens começam
a tentar todo tipo de tratamento alternativo para mitigar a aparência calva,
como cortes que disfarcem mais as falhas no cabelo, próteses e transplante de
fios sintéticos.
Nos quadros mais
avançados, nos quais a estética da coroa é mais evidente, alguns pacientes
optam por raspar totalmente a cabeça para evitar a aparência envelhecida e de
meia idade associada a essa aparência.
Para alguns homens, a
calvície é fruto de grande angústia e insatisfação com a estética pessoal,
afetando diretamente a autoimagem e o sentimento de aceitação pessoal.
Em casos mais graves,
a condição pode desencadear desafios de sociabilidade, com o indivíduo evitando
alguns locais e situações devido ao desconforto com a própria aparência.
Como é o tratamento
da calvície?
A alopecia
androgenética tem tratamento, mas quanto mais precocemente a condição é
diagnosticada por um especialista, melhores são os resultados.
Quando diagnosticada
nos estágios iniciais, a perda de cabelo pode ser controlada com o uso de
medicações específica, especialmente os inibidores da enzima 5-alfa redutase,
como a Finasterida, para reduzir os níveis de DHT no organismo e assim
minimizar o impacto negativo desse hormônio nos folículos pilosos.
Terapias
complementares também podem ser indicadas, como o uso de laser para
potencializar os efeitos da medicação ou mesmo a aplicação de complexos
vitamínicos e remédios específicos para fortalecimento e crescimento capilar.
A alopecia
androgenética é uma condição crônica, sem cura, mas com tratamentos que
permitem recuperar boa parte dos fios que afinaram.
Por isso,
intervenções precoces baseadas no diagnóstico e nível de calvície ajudam a
retardar a progressão do quadro e facilitar a sua.
Para casos nos quais
a calvície é diagnosticada tardiamente e já houve a atrofia de parte
significativa dos folículos pilosos localizados no topo da cabeça a indicação
de tratamento pode ser cirúrgica.
Atualmente, métodos
modernos e seguros garantem resultados esteticamente mais satisfatórios e de
longo prazo, como o transplante capilar, sendo as técnicas mais recomendadas:
● Follicular Unit
Transplantation (FUT): opção na qual é feita a remoção de uma faixa de cabelo
na região doadora, normalmente a nuca, e os folículos são separados
posteriormente para implantação de enxertos menores na região tratada;
● Follicular Unit
Extraction (FUE): técnica na qual os folículos pilosos são extraídos um por um
da região doadora e implantados na receptora, sendo possível transplantar até
3000 fios em uma única sessão.
A escolha da técnica
de transplante capilar vai depender do grau de calvície do paciente.
Portanto, a calvície masculina pode resultar em implicações psicossociais nos pacientes
acometidos, afetando a autoimagem e até mesmo as interações sociais, de forma
que a assistência especializada e o tratamento são fundamentais para resgatar a
autoestima e satisfação pessoal.
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