Sexta-feira, 17 de abril de 2020 - 15h45
É preocupante o que ocorre no
momento em nosso País. Não tenho ideia de quantos juízes existem no Brasil
inteiro, mas, tenho certeza que, como todos passaram em concursos, são
qualificados em direito. Mas, em outros campos? Entendem alguma coisa da
realidade econômica? Já dirigiram algum tipo de negócio? Que experiências de
vida essas pessoas possuem para decidir, de maneira isolada, sobre questões que
afetam a vida de milhares de pessoas? E, muitas vezes, como está sendo agora,
numa rapidez espantosa. Decidir sobre uma greve de algum segmento, de
funcionários públicos ou de professores é uma coisa. Agora, a economia é o
motor de funcionamento de qualquer sociedade. Se ela parar todo o resto é
afetado com graves consequências sociais. Os juízes estão preparados para
entender o que suas decisões significam, a densidade da decisão que tomam? Não
se pode decidir sobre uma realidade complexa com base apenas na saúde. Os subsistemas, econômico, político,
educacional, trabalhista e de saúde, ensinam os melhores mestres da Sociologia,
são interdependentes entre si; são comunicáveis. Importam em repercussões que
vão além de seus limites. Não há decisão política, nesses casos, judiciárias,
que não repercutam nas decisões socioeconômica-políticas; assim como a decisão
econômica repercute na política e no social (trabalho, saúde, educação,
saneamento etc). As decisões (incluídas as judiciais) sobre a saúde, no caso
específico, produzem efeitos em cadeia na economia, nas empresas, nos empregos,
na subsistência de milhares de pessoas. Ao assistirmos, como agora, decisões
diferentes entre os três poderes, entre as três esferas administrativas de
governo (Federal, estaduais e municipais)
sobre o total isolamento social ou parcial (para evitar a depressão da economia
e o desemprego em massa) nestes tempos do coronavírus, as decisões políticas, sejam quais forem,
causam, de imediato, efeitos econômicos: o fechamento de empresas e de
serviços, com perda de riquezas e de patrimônios, muitas vezes, de vidas. Não é
uma questão somente de enorme queda do Produto Interno Bruto do país. É o corte
de recursos, impedir que milhares de empresas produzam; é negar as pessoas suas
fontes de sobrevivência. É, no fundo, privar o cidadão de seus direitos
inalienáveis de ir e vir, de viver e de trabalhar. Acrescente-se que, além do
efeito direto da descapitalização do empregador existe o indireto do desemprego
e da vedação das atividades aos trabalhadores autônomos. Se estamos numa democracia,
no mínimo, se deve pesar sobre quem tem mais direito de tomar uma decisão
assim: um juiz que vive num mundo à parte ou um administrador eleito pela
população, eleito pelo voto. No mínimo, é de se pensar, que uma decisão tão
importante não devia ser deixada a um juiz só. Uma decisão assim que pode
causar sérios problemas sociais nas ruas, à medida em que as pessoas forem
perdendo negócios e empregos, que forem
sendo privadas do seu trabalho e, portanto, não tiverem mais como sobreviver e
pagar suas contas, no mínimo, deveria ser objeto da apreciação de
desembargadores, ouvindo, inclusive, os especialistas de outras áreas. Sem
dúvida, o judiciário terá que rever suas práticas depois da crise do
coronavírus.
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