Domingo, 7 de março de 2021 - 09h29
A missão é um homem.
A instigante frase do cartaz/capa do filme O Resgate do Soldado Ryan estava a lhe martelar na cabeça, teimando não ser deixada para trás.
A película de Steven Spielberg, ganhadora de cinco oscars, narra uma estória bem interessante de um soldado que, lutando contra os nazistas na Europa, perdeu seus três irmãos na mesma terrível guerra mundial.
O General Chefe de Estado Maior dos Estados Unidos, George Marshall, lendo uma belíssima carta escrita por Abrahan Lincoln ao tempo da Guerra Civil, endereçada a uma mãe que perdera seus cinco filhos lutando pela liberdade e contra a escravidão (tamanho sacrifício sobre o altar da liberdade, dizia a correspondência de Lincoln, reproduzida na íntegra ao final, como anexo); determina que seja feita uma operação de resgate do último Ryan, cujo paradeiro eles não sabiam, tampouco tinham conhecimento até se ainda estaria vivo.
O drama de guerra, se assim pudermos enquadrá-lo, é uma senhora lição de liderança, de trabalho em equipe, fé e determinação nas horas mais sombrias, senso de dever e perseverança no cumprimento da missão.
A maioria dos homens morre na missão para salvar a vida de um único soldado.
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A frase, definitivamente, não lhe saía da cabeça.
Ele, acostumado a grandes eventos; movimentar centenas, às vezes até milhares de pessoas em prol de uma causa que considerava justa (a Caravana da Esperança, o Bazar da Solidariedade e o Fórum do Amor eram apenas alguns exemplos); ficava pensando como poderia mover um mundo para ajudar apenas uma única pessoa.
Súbito, ele mesmo contrapôs o seu próprio pensamento apreensivo: o que poderia ser mais abençoado que salvar uma vida? O que poderia ser mais sublime e divino que isso? Que poder e graça maior que esse poderia ser conferido a nós, meros mortais, neste plano?
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O sofrimento daquela pobre alma, acometida do flagelo das drogas desde os quinze anos de idade e já ultrapassada a idade dos 40, assim como o martírio de sua mãe, pai, esposa, irmãos, de toda a família, enfim, que jamais o abandonara, era simplesmente impossível de traduzir em vãs palavras.
A aflição dele era e é a mesma de milhões, para não dizer bilhões, de seres humanos no globo terrestre. É o suplício de toda e qualquer pessoa dependente de drogas ou álcool – para ficar só nestes dois vícios (muitos outros vícios podem afligir o coração do homem; sexo, celular e comida são apenas alguns exemplos).
O calvário é ainda maior porque as pessoas que se envolvem com drogas, não raro, são vítimas também de um terrível preconceito na sociedade. São vistas como vagabundos e “noiados”, quando deveriam ser enxergados como doentes que precisam de ajuda – de todos nós!
Onde deveria haver amor e compaixão; sobra preconceito e indiferença. Bem, a ignorância e o desamor são duas das instituições mais democráticas que existem. Estão ao alcance de qualquer um.
As pessoas se esquecem de um dos princípios que mais evidenciam o verdadeiro amor: “AQUELES QUE MENOS ‘MERECEM’ SÃO OS QUE MAIS PRECISAM DO NOSSO AMOR E DA NOSSA COMPAIXÃO”.
Todo e qualquer infeliz que se envolve com drogas sonha deixar o vício. Ele sabe o tanto de malefício que o maldito entorpecente faz para o seu corpo, alma e espírito. No entanto, o dependente só não consegue orientar suas ações neste sentido. Ele não consegue se comprometer!
No caso em particular, já haviam sido cinco internações distintas ao longo de duas décadas e meia de indizível sofrimento. Todas malogradas.
A ideia, então, era buscar novas estratégias e ações que pudessem significar, na sexta internação, um verdadeiro divisor de águas entre um passado de agonia e tristeza e um futuro de esperança e redenção.
Baseados na célebre compreensão de Einstein, buscariam um resultado diferente e, para alcançá-lo, empreenderiam ações diferentes. Na verdade, a estratégia era fazer tudo que fosse possível (corrente de orações, cartas escritas, vídeos, músicas, palestras etc.) para fortalecer o coração do homem sedento para renascer para uma nova vida.
E assim foi.
Rapidamente, com apenas alguns poucos dias do início da tão abençoada jornada, dezenas de bons corações acorreram ao sublime chamado. Seguiriam irmanados, imbuídos do mesmo propósito de ajudar aquela pobre alma e, quem sabe, consagrar um modelo de ajuda para tantos seres humanos que sofrem do mesmo mal.
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Na cena final do filme do Spielberg, o líder da expedição, interpretado pelo ainda jovem Tom Hanks, moribundo, em sua hora mais extrema, adverte o soldado pelo qual ele deu a última prova plena de devoção e de cumprimento do dever: faça por merecer, faça valer a pena!
Faça valer a pena, Dio! Não por nós. Você nada nos deve. Ao revés, nós é que somos e seremos, para sempre, gratos por poder participar de uma jornada tão abençoada: poder salvar uma vida!
Faça valer a pena por você mesmo!!!!!
Viva uma vida honrada e digna; orgulhe sua esposa, seus pais, familiares e as dezenas de pessoas que estão depositando suas esperanças e orações neste inédito empreendimento.
Mostre a todos e, sobretudo, a si mesmo, que você é capaz; que nenhuma montanha é alta o suficiente; que o ser humano sempre pode passar dos limites!
Como na canção, levante a cabeça e não olhes para trás. Mire no futuro maravilhoso e abençoado que se desenha no horizonte. Após vencer o maior flagelo que pode encarcerar o coração e a alma do homem, não haverá limites para você.
O seu barco irá por onde a sua mão guiar...
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PÓS-ESCRITO. A Família e Amigos de Diógenes Chagas criaram o Grupo DIO: O RESGATE DE UMA VIDA, pelo qual empreenderão todas as ações para ajudá-lo a sair do deserto em que se encontra há 25 anos e nunca mais voltar a sucumbir. Já somos 70 bons corações, motivados por propósito único: a salvação de uma vida. Você também pode fazer parte dessa abençoada corrente. Mande uma singela mensagem para o celular (69) 9 8117-3923. Vai dar certo… Vai dar certo… Vai dar certo!!!!!!
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ANEXO. Carta de Abraham
Lincoln ao tempo da Guerra Civil Norte-Americana
Cara Senhora,
Fui informado pelos arquivos do Departamento de Guerra, numa nota do General Adjunto de Massachusetts, de que a Senhora é a mãe de cinco filhos que morreram gloriosamente no campo de batalha.
Eu penso o quão infrutíferas podem ser as minhas palavras, tentando enganar a sua dor de uma perda tão devastadora. Mas, não posso deixar de lhe render a consolação encontrada nos agradecimentos do país que eles deram a vida para salvar.
Rezo para que Nosso Pai Celestial possa amenizar a angústia do seu sofrimento, deixando apenas gratas recordações de seus amados filhos e o orgulho solene de ter depositado tamanho sacrifício sobre o altar da liberdade.
Assinado respeitosamente,
Abraham Lincoln
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