Terça-feira, 18 de abril de 2023 - 15h39
Reza a lenda que nunca
se deve deixar o bode cuidar do capim. Os resultados desse descuido vão causar
muitos estragos, com certeza. Dito isso, não vejo iferença quando observo os
estragos que estão sendo desenhados pela Prefeitura de Porto Velho com a insistência
politiqueira de construir a nova rodoviária da Capital no mesmo local da
antiga.
A história do novo empreendimento, embora necessário e
urgente, não pode ser criada a partir de devaneios torpes, cuja a Intenção
apenas é conseguir resultados eleitorelros. A população de Porto Velho corre
sérios riscos de ver suas vidas transformadas por um caos urbano que se está
sendo esboçado pelo Executivo Municipal e endossado pelo parlamento, se a obra
vier a ser implementada.
Os estudos para a implantação de uma Estação Rodoviária
devem ser amplamente discutidos com todos os seguimentos para se encontrar uma
viabilidade, não só técnica operacional, mas que promova o desenvolvimento
sustentável em todas as cadeias econômicas envolvidas sendo, por sua vez, um
polo gerador de crescimento ordenado da cidade.
Hoje, a olhos nus, já se verifica que o local onde se
pretende construir o novo empreendimento não possui as menores condições para o
funcionamento de uma Estação Rodoviária. Mas, para quem nada tem, qualquer
bocado serve e, é por isso que vemos a letargia que se abate sobre aqueles que
possuem as condições diante do assunto para se manifestar e se mostram ante a
gravidade do problema que se avizinha.
A avenida Jorge Teixeira, hoje Br-319, com seu trafego
intenso de carretas com destino aos portos, já está congestionada em toda a sua
extensão. Um verdadeiro transtorno que ainda é potencializado pelas constantes
blitz realizada pela Polícia Rodoviária Federal PRF, que ao meu ver ,deveria
ser impedida de atuar nas áreas urbanas, pois não se ver alí o interesse na
segurança do transito, seu papel fundamental, mas simplesmente prejudicar ainda
mais o cidadão na corrida pelo pão de cada dia.
Ora, se um simples olhar de um leigo no assunto, verifica o
transtorno nos dias de hoje, quanto mais amanhã, quando Porto Velho caminha
para se tornar um Centro de Desenvolvimento do Agronegócio, com a abertura de
novos corredores de exportação e, com isso, aumentando o fluxo de veículos
pesados de transporte de cargas, além do crescente fluxo de outros veículos
menores de passeio.
Ainda assim, a avenida Carlos Gomes, principal rota de
escoamento do transito em direção ao centro já tem o seu gargalo lacrado a
partir da avenida Buenos Aires, no trecho onde está localizado o Terminal de
Passageiros atual. Como pode alguém achar que existe viabilidade num
empreendimento de alto impacto como é uma Estação Rodoviária? , não dá para
acreditar nisso.
A localização mais apropriada para a implantação de um
terminal rodoviário deve estar fundamentada em parâmetros objetivos, segundo
uma dualidade locacional específica. Nesse sentido, a localização da
implantação de um terminal, deve estar correlacionada com o estudo de aspectos
da região envolvida, como custos, acessibilidade, mobilidade, uso e ocupação do
solo e segurança da viagem, além dos problemas ambientais urbanos, dentre
outros.
A localização do terminal em áreas centrais, pelas
características das economias de aglomeração, sempre crescentes, até poderia
ocorrer se estivesse atrelado ao reforçar as facilidades existentes como a
infraestrutura, os serviços e, particularmente, o transporte público que
favorece os deslocamentos e o acesso dos usuários dentro da cidade. Além disso,
verifica-se que até certo ponto, à atratividade das economias de aglomeração,
agrega-se a conveniência dos benefícios com a proximidade dos centros de
negócios, zonas comerciais e serviços públicos, mas não é o nosso caso.
De outra forma, está claro que, pelo olhar do mais leigo em
infraestrutura rodoviária, fica evidente que, embora o projeto arquitetônico
apresentado pelas autoridades municipais pareça deslumbrantes, devemos observar
com uma visão mais crítica. Não é a beleza por si só, mas a comodidade e a
fluidez que vai resultar no conforto da população sem que esta acabe sendo
tragada para uma avalanche de problemas que virão.
Estudos apontam de forma análoga, que a
localização do terminal na periferia das áreas centrais das cidades pode
representar uma economia de desaglomeração, na medida em que a facilidade de
acessibilidade dos ônibus rodoviários, ao não transitar por vias
congestionadas, proporciona um tempo de viagem menor, contribuindo para a
melhoria da fluidez nos corredores viários, reduzindo os problemas de poluição,
por exemplo. Nesse caso, os terminais devem estar interligados a um sistema de
transporte urbano integrado, que assegure as condições de acessibilidade,
mobilidade e segurança, sem que represente custos adicionais aos usuários.
Para o pesquisador Isaías Ricardo Carraro, professor e
Coordenador dos cursos de
Graduação em Logística, Gestão Comercial e Gestão de
Recursos Humanos, Coordenador de Cursos, Faculdade da Serra Gaúcha emitindo o
seguinte comentário, ressaalta: "Em algumas cidades, dependendo de onde
vem o passageiro, ele é obrigado a andar mais, mas em geral não. Entretanto, os
ônibus não precisam entrar na cidade porque a rodoviária está na rodovia. Até
para o estacionamento é muito mais fácil. (2004) Assim, para o planejamento de
um terminal rodoviário, o processo de decisão sobre a melhor localização, se
próximo ao centro urbano ou perto das rodovias na periferia das cidades, devem
compreender a observação dos indicadores e parâmetros contidos no Plano Diretor
Municipal"
Não por acaso, citei a fabula do Bode e do Capim, senão
vejamos: A própria prefeitura criou a Lei Complementar 747 "que dispõe
sobre os procedimentos para a aprovação de projetos arquitetônicos e para a
execução de obras e serviços necessários para a minimização de impacto no
Sistema Viário decorrente da implantação ou reforma de edificações e da
instalação de atividades — Polo Gerador de Tráfego, altera artigos da Lei
Complementar n o 097, de 29 de dezembro de 1999 e dá outras
providências. Isso, para obrigar aos munícipes a cumpri-la, caso pretendam
construir na cidade. Dessa forma, o empreendedor é obrigado a realizar o
Relatório de Impacto de Trânsito- RIT. Além desse, se exige também o Relatório
de Impacto de Vizinhança-RIV e o Estudo de Impacto Ambiental- EIA. Estes são
requisitos exigidos para a realização de qualquer obra com potencial de causar
qualquer tipo de transtorno ao cotidiano da população. São estudos
Interdisciplinares prévios, ou seja, servem de instrumento de planejamento que
fornece embasamento para tomada de decisões políticas na implantação, operação ou
encerramento de uma obra.
Ocorre que, a análise desse Impacto apresentado pelo
empreendedor, no caso da nova rodoviária, é feita pela própria Prefeitura, no
caso as secretarias de Trânsito- SENTRANS e a de Meio Ambiente -SEMA, que
receberam competência para isso. Apostaria todas as minhas economias, assim
como o Malutron, um antigo time de Curitiba, seria campeão da primeira divisão,
se algum servidor municipal, encarregado de apresentar um parecer sobre o
assunto, atuaria como técnico e mostraria os verdadeiros impactos que esse
empreendimento vai causar.
Essa é a segunda vez que me manifesto sobre esse tema, mas
agora deixo o assunto para o Ministério Público, como órgão fiscalizador, para
se debruçar com mais acuidade sobre este tema, haja vista que os interessados
na obra já estão cantando vantagens eleitorais e já anunciaram o empreendedor
vencedor do certame licitatório.
Não distante e, antes de encerrar, vejam só o transtorno
que se mostra no Cai N' Agua, com a Improvisação feita no mercadão para receber
os ônibus interestaduais. Uma loucura total de quem ta longe do interesse
público.
Vou, mas posso voltar... Ainda dá tempo de parar!
*Rubens Nascimento é Jornalista e Bel.em
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