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A volta do Messias


A volta do Messias - Gente de Opinião

Conforme anunciou o seu partido (PL), o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro retornará ao Brasil na próxima quinta-feira. Depois de cerca de três meses fora do país, que governou nos últimos quatro anos —os mais difíceis da nossa história recente (pandemia, guerra entre Ucrânia e Rússia, uma oposição impiedosa diuturna etc.) —, eis que ele decidiu que é chegada a hora de voltar à sua pátria.

Bolsonaro retornará num momento em que parte expressiva do povo brasileiro certifica-se que cometeu um dos maiores equívocos eleitorais de sua existência. Como um encantador de serpentes, como dissera Ciro Gomes, Lula prometeu até um pedaço do céu para ganhar aquela que seria a última chance de sua vida para governar nosso país. Para tal, travestiu-se de cordeiro (aliás, essa fantasia ele nunca tira) e bravateou aos quatro ventos que vinha sem rancor para pacificar o Brasil e fazer o melhor de todos os seus governos. A parte mais difícil, certamente, foi tentar convencer ter sido apenas um preso político, vítima de uma conspiração da direita com a conivência do juiz Sérgio Moro. Mesmo assim, sabe-se lá como, contra todas as expectativas baseadas na lógica e nas evidências, ele ganhou as eleições. O resto, a gente está vendo e sentindo acontecer.

A incoerência tem sido a marca do governo Lula, que é ratificada por suas declarações e atos atabalhoados. Diferente do pacificador, do Lulinha paz e amor que prometeu ser, tem-se mostrado um lobo raivoso, com olhos sanguinolentos, ainda no palanque a esbravejar ofensas graves contra o ex-presidente Bolsonaro e seus apoiadores. A cusparada mais nojenta que dera aconteceu há poucos dias quando disse que não sossegaria enquanto não fodesse (perdão, leitores!) o ex-juiz que o condenou, agora senador Sérgio Moro. Chulo, desrespeitoso, ele o ataca só por ele ter cumprido o seu dever constitucional enquanto magistrado. Não satisfeito com a declaração insana e pornográfica, ao saber que Moro desde que ganhou a eleição estava sob ameaça, com sua família, de sequestro pelo PCC (há quem diga que de morte, o que não seria improvável), o boquirroto, em tom de galhofa, disse que foi o próprio senador que engendrou essa história mentirosa para aparecer como vítima e lhe imputar essa culpa. Nesse contexto, por óbvio, o presidente se superou: chamou de farsante um senador da República — sem provas, como Lula disse — quando esse vivenciava os piores dias de sua vida ao ter certeza que havia um plano diabólico contra ele comandado pela mais perigosa organização criminosa do país — plano em andamento comprovado documentalmente pela Polícia Federal.

Ao desperdiçar tanto tempo para escarnecer seus adversários, principalmente Bolsonaro, Lula ainda não teve tempo para dizer a que veio. Noventa dias se passaram e, até agora, não apresentou um projeto de governo coerente e aceitável. Até seus ministros muitas vezes discordam dele (aliás, ele, ditatorialmente, os desautorizou a falar em nome do governo). Desesperado, tenta botar culpa nos outros, como sempre fez, dos desmandos de seu desgoverno. Enquanto isso, o navio Brasil afunda a cada dia. A bolsa, despenca; o dólar sobe; as ameaças de aumento da carga tributária, assombram a todos, a taxa de juros, nas alturas; o salário mínimo, “ponto de honra” de seu compromisso com os trabalhadores (afinal, ele é do Partido dos Trabalhadores!), continua abaixo do prometido, e a inflação voltando a passos largos. Enfim, descrença total em suas promessas gerando desalento, desesperança. Cada vez que Lula abre a boca, algo de ruim acontece a nosso amado país.

A incoerência, enquanto defeito deletério de conduta, é uma das distorções comportamentais desse desgoverno que causam indignação exacerbada a pessoas de caráter. Lembram que uma das primeiras atitudes do vingador foi quebrar os sigilos decretados por Bolsonaro?  Porém, ato contínuo, propôs colocar sob sigilo o nome de quem foi à sua festa de posse, quem vai falar com ele etc.  O mais grave: não quer que seja apurado, através de uma CPI, o que efetivamente aconteceu no fatídico de 8 de janeiro, quando pessoas de bem, algumas de idade avançada, com suas famílias (incluindo crianças), depois de se postarem à frente dos quartéis pacificamente por cerca de setenta dias defendendo suas ideias, resolveram, abruptamente, segundo a versão oficial, transformar-se em vândalos e a ponto de atacar a sede dos três poderes. Esse contexto, no entanto, não atende a pressupostos lógicos, todavia, precisa ser investigado, doa a quem doer, para que saibamos a verdade. Queremos apenas a verdade, seja ela qual for. Só a verdade! Afinal, senhoras e senhores, estamos numa democracia! Ou não?

Diante da gravidade dos fatos, foi mais fácil ao governo mostrar serviço rápido para trazer “tranquilidade” ao país. Então, todos os manifestantes foram colocados no mesmo saco, passando a ser considerados terroristas e tratados como tal.  Teriam sido justas tantas prisões, tantas humilhações? E se a história não for bem essa, quem vai pagar por isso?

Se tudo aconteceu conforme o enredo oficial, as punições sofridas e a sofrer pelos participantes encontram respaldo nas leis e, por isso, os culpados merecem punição exemplar. Caso não, cometeu-se a maior injustiça e a maior humilhação em massa que se tem notícia nos dias mais recentes deste país — quiçá de toda sua história. Se assim foi, não é aceitável, sob qualquer hipótese, que isso fique impune. Somente os verdadeiros culpados, por óbvio, independente da ideologia que defendem, devem responder pelos seus atos danosos. A propósito, está em andamento a coleta de assinaturas para que seja instaurada uma CPI nesse sentido. Todavia, sabe-se que alguns signatários dessa lista já pediram cancelamentos de suas assinaturas. O que isso significa? Elementar, meu povo: chegaram ao preço deles!

Quanto ao ex-presidente Bolsonaro, a bem da justiça e do bom senso, não devemos ter mágoas dele  nem do  Exército Brasileiro por não terem dado um golpe que ferisse nossa democracia. Ambos agiram com equilíbrio e resiliência, porque, dentre os regimes políticos, a despeito de alguns defeitos decorrentes do caráter distorcido de alguns que se dizem democratas, a democracia ainda é o melhor regime. Entretanto, não se pode deixar que o país vá a pique para que se tome as providências cabíveis, dentro dos preceitos legais, para que seja feito justiça em todos os sentidos e acontecimentos lamentáveis e temíveis como os de 8 de janeiro não voltem a acontecer jamais.

Diante disso, vamos receber Bolsonaro respeitosamente e desejar que ele se una a todos os brasileiros de boa vontade, verdadeiros patriotas, com o espírito sereno, que nos permita agir com sabedoria e ética e, com as bênçãos de Deus, possamos extirpar as mazelas que insistem em nos fazer sofrer.

Se nosso país continuar caminhando em direção ao abismo como está, nenhum messias deste mundo o salvará. Aí, meus irmãos e minhas irmãs, só o Outro, o único, verdadeiro e divino mensageiro da boa nova, fará esse milagre.

Deus salve o Brasil!

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