Quinta-feira, 6 de março de 2025 - 17h57
A Administração
Pública não pode mais operar sem dados. Hoje, a governança eficaz exige
tecnologia, pois a gestão manual e processos analógicos se tornaram obsoletos.
O Brasil, hoje, se
destaca no cenário mundial como referência digital, especialmente por
iniciativas como a plataforma Gov.br, que consolidou o acesso digital a serviços
governamentais federais. No entanto, quando se trata do nível subnacional, como
Estados e Municípios, a realidade ainda é muito distinta.
Apesar da presença da
tecnologia nas Administrações Municipais e Estaduais, muitas vezes as
ferramentas utilizadas são obsoletas. Desde 2002, com a criação da primeira Lei
do Pregão, houve um impulso na contratação de sistemas para a gestão pública,
já que o procedimento se tornou mais simples. Contudo, a falta de capacitação
técnica na elaboração de especificações adequadas fez com que governos locais
permanecessem presos a sistemas antigos.
Por isso, o cenário
mais comum é de Prefeituras que utilizam soluções tecnológicas desatualizadas,
dificultando a modernização dos serviços. Essas ferramentas obsoletas, em regra,
não são compatíveis com sistemas mais atualizados, impedindo integrações e
eficiência na gestão. Servidores públicos que precisam viajar, por exemplo,
enfrentam dificuldades em acessar informações remotamente, pois estão
vinculados a computadores fixos. Isso gera lentidão na execução de tarefas e
limita a produtividade do setor público.
Consequências da falta de atualização tecnológica
A defasagem
tecnológica na gestão pública tem efeitos significativos na qualidade dos
serviços prestados aos cidadãos. Entre as principais consequências estão:
1. Demora na resposta
aos cidadãos: um dos maiores impactos é o tempo que o cidadão precisa aguardar para
obter serviços essenciais. Por exemplo, para solicitar um alvará é necessário
comparecer fisicamente à Prefeitura, muitas vezes enfrentando filas,
preenchendo formulários em papel e aguardando a tramitação manual do processo.
Tal lentidão é inaceitável em tempos de digitalização, onde a automatização
poderia reduzir significativamente o tempo de resposta.
2.
Riscos de extravio e na manipulação de documentos: o uso de documentos
físicos aumenta o risco de perda, extravio ou manipulação indevida. Processos
administrativos que ainda dependem de papel estão sujeitos a atrasos, além de
problemas de segurança e integridade das informações.
3.
Baixa eficiência operacional: sem sistemas
modernos e integrados, as prefeituras enfrentam dificuldades em otimizar
processos. A falta de plataformas em nuvem, por exemplo, obriga servidores a
estarem fisicamente nas repartições para acessar sistemas, impossibilitando uma
gestão ágil e flexível.
4. Falta de
transparência: a burocracia e os processos manuais dificultam a rastreabilidade de
informações e a prestação de contas à sociedade. Com sistemas desatualizados,
fica mais difícil garantir transparência e controle sobre os serviços públicos.
Digitalização na gestão pública
A adoção de
tecnologias modernas na Administração Pública pode transformar a experiência do
cidadão e a eficiência dos serviços governamentais. Algumas das melhorias incluem:
1. Atendimento digital e
agilidade: sistemas integrados permitem que os cidadãos realizem solicitações
online, sem a necessidade de deslocamento. Isso garante atendimento 24
horas por dia, eliminando a necessidade de folgas no trabalho, por exemplo,
para resolver questões burocráticas.
2.
Automatização de processos: a tecnologia
elimina etapas desnecessárias, reduzindo custos e melhorando a eficiência
operacional.
3.
Acesso em qualquer lugar: com soluções
baseadas em nuvem, servidores podem trabalhar remotamente, conferindo maior
flexibilidade para a gestão pública.
4.
Maior transparência e controle: sistemas modernos
permitem auditorias em tempo real, reduzindo a corrupção e garantindo a
prestação de contas à sociedade.
5. Soluções inteligentes: plataformas
intuitivas simplificam o acesso aos serviços, guiando o usuário com base em
suas necessidades, sem exigir que ele conheça a estrutura administrativa.
Desse modo, a
modernização tecnológica na gestão pública não é mais uma opção, mas uma ação
necessária para garantir uma gestão eficiente e transparente. Além disso, é
comum que a economia gerada pelo uso da tecnologia supere o investimento
necessário para a sua implementação, como é o caso da grande economia de
recursos públicos quando se elimina o papel para a tramitação de processos
administrativos.
Municípios e Estados
que adotam soluções digitais conseguem otimizar seus processos, melhorar a
experiência do cidadão e fortalecer a governança pública. Portanto, a
modernização não deve ser encarada apenas como um desafio tecnológico, mas
também como uma revolução na forma como o setor público pensa e age. O sucesso
da transformação digital na gestão pública dependerá menos da tecnologia em si
e mais da disposição dos gestores em reformular processos, quebrar paradigmas e
colocar o cidadão no centro das decisões
*Delza Assis é especialista em Relações
Institucionais e Governamentais da 1Doc, empresa especializada em soluções
digitais para gestão pública. – E-mail: 1doc@nbpress.com.br
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