Terça-feira, 23 de fevereiro de 2021 - 12h50
Primeiramente,
devemos deixar claro, que a característica deste texto não se alinha aos
rigores do mundo acadêmico, isto é, não possui a finalidade de explicar em
minúcias o suicídio e suas diversas interpretações, que vão da Sociologia até
outras ciências. Em outros termos, nosso intento é trazer algumas reflexões
acerca de algo que tanto impressiona a sociedade contemporânea, dada a frequência
com que o suicídio vem ocorrendo, bem como o preconceito que determinados
setores da sociedade possuem a respeito do tema.
O
suicídio, também denominado autocídio, chama atenção em seu aspecto filosófico
mediante uma circunstância que merece consideração: a questão da liberdade.
Quanto à referida
questão, devemos nos questionar se de fato somos totalmente livres, uma vez que
há acontecimentos e circunstâncias em nossas vidas que são independentes da
nossa vontade e esforço, como o fato de vir ao mundo. O nascimento, por si só,
é algo que vai além da nossa vontade. Muitas religiões, por exemplo,
identificam o surgimento da vida de uma pessoa como uma oportunidade, uma
dádiva divina; outros segmentos, por outro lado, encaram o nascimento como
imposição.
O fato
que geralmente se observa é de que quando a vida se torna extremamente amarga e
angustiante, cheia de injustiças, onde inocentes padecem pela ação nefasta de
terceiros, a ideia de suicídio parece um “refrigério em meio ao deserto
escaldante”. Assim sendo, indagamos:
Se o
nascimento, que muitas vezes é o veículo que nos leva aos inúmeros sofrimentos
deste mundo, é algo que está além da nossa vontade (imposição), o suicídio
seria um recurso capaz de amenizar a dor individual?
Nessa
mesma perspectiva, seria racional viver com a dor, seja física ou psicológica,
tendo o suicídio como um ponto final para as agruras da vida?
Para nós,
de fato, só resta demonstrar tais questionamentos, dada a complexidade do tema
em questão. Porém, vale ressaltar que a consolidação do suicídio, sob o aspecto
multifatorial, é o sintoma da morte afetiva, social, e econômica de outrem,
isto é, a morte física precede a morte de vários outros aspectos da existência
da pessoa que decidiu encerrar de modo trágico o seu sofrimento.
Por fim,
do ponto de vista coletivo, o sofrimento é generalizado, haja vista a dor
imensa causada aos familiares e amigos daquele que toma a infeliz decisão de matar a si mesmo.
Nesse sentido, o suicídio é algo que denota brutalidade e inflama uma ferida
que jamais será curada no seio da coletividade.
Em recente pronunciamento, na véspera da reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em 10/12/2024, onde se decidiria pela conclusão,
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