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Chegou o Natal: orgulhe-se de ser a melhor criação Divina


Rubens Nascimento - Gente de Opinião
Rubens Nascimento

Olhos verdes, cabelo comprido e uma barba mediana aparada. Esse é o estereótipo social criado pelos pintores renascentistas do Verbo, que se fez carne e habitou entre nós. Yeshua, que para os estudiosos, estaria fazendo no próximo dia 25 de dezembro,  2013 anos. Milhares de pessoas, em todo o mundo, se preparam para comemorar essa data tão importante, não só para os cristãos, mas também aqueles que não o são, os considerados pagãos, que tinham em suas culturas a chegada do Solstício de Verão, uma festa para comemorar a fartura das boas colheitas.

Não! Não estou enganado e nem aqui para complicar. Espero, sim, trazer a luz um debate importante para que sejamos levados a uma reflexão ainda maior sobre o assunto. 2013 anos sim. Essa deveria ser a data do nascimento de Cristo, como fez a Igreja.

A base de dados, eram os evangelhos de Mateus e Lucas que se referiam sobre o nascimento do Menino Jesus, mas as contradições entre elas eram muito grandes. Não há um consenso preciso sobre as datas exatas em que os Evangelhos de Mateus e Lucas foram escritos, mas os estudiosos geralmente concordam que ambos foram compostos algumas décadas após a morte de Jesus Cristo. Geralmente datam o Evangelho de Mateus entre os anos 70 e 90 d.C., enquanto o Evangelho de Lucas é frequentemente datado entre os anos 80 e 100 d.C. Essas datas são estimativas, e as opiniões podem variar entre os especialistas. Esses Evangelhos foram escritos em grego e baseiam-se em tradições orais, bem como em outras fontes escritas, para relatar a vida, os ensinamentos, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo.

Porém, depois de tanta discussão, falta de dados e contradições, simplesmente mudaram tudo. A transição do calendário juliano para o gregoriano pela Igreja Católica em 1582, complicou ainda mais a fixação da data, já que os registros antigos muitas vezes estão em calendários diferentes, então resolveram avançar 10 anos apenas com um risco no papel. Naquela época, as pessoas dormiram e acordaram dez anos mais velhas, apenas porque a igreja decidiu.

Assim, embora a vida de Jesus e o início do movimento cristão remontem ao século I, a consolidação e organização da religião cristã como uma tradição distinta continuaram a se desenvolver nos séculos seguintes. O Primeiro Concílio de Niceia em 325 d.C. e outros concílios posteriores desempenharam papéis significativos na formulação de doutrinas e na estruturação da igreja.

Em suma, a confusão sobre a data de nascimento de Cristo é resultado de uma combinação de fatores históricos, textuais e culturais, gerando uma variedade de opiniões e interpretações, mas que de alguma forma, se consolidou em todo o mundo e acabou por despertar outros interesses, além do espiritual, da salvação da alma e da remissão dos “pecados.

Excluída todas as controvérsias históricas e religiosas, à medida que celebramos esta temporada festiva, é uma oportunidade para nos unirmos em espírito de alegria, solidariedade e reflexão. O Natal vai além das fronteiras de uma única tradição religiosa; é um momento em que podemos, coletivamente, buscar o divino na compaixão, na generosidade e no respeito à humanidade. Neste Natal, que nossos corações se abram para a verdadeira essência da mensagem de amor e compaixão. Independentemente de nossas crenças individuais, este é um momento de lembrar que todos compartilhamos este planeta, que somos todos parte da Criação Divina.

Que possamos estender nossas mãos uns aos outros em solidariedade, reconhecendo que cada pessoa é única e especial. A diversidade é uma dádiva, e a riqueza de nossa humanidade reside na aceitação e no respeito por nossas diferenças. Vamos nos comprometer com a justiça social e com a construção de um mundo onde todos tenham a oportunidade de viver com dignidade. Vamos trabalhar juntos para erradicar a injustiça, aliviar o sofrimento daqueles em necessidade e construir um futuro onde a paz e a compreensão prevaleçam.

Que esta temporada de festividades nos inspire a olhar para dentro de nós mesmos e encontrar a luz que nos conecta ao Divino. Que possamos ser fontes de esperança, amor e alegria para os outros, construindo pontes que unam comunidades e culturas.

Celebremos não apenas o nascimento de Cristo, mas a capacidade de cada ser humano de manifestar a compaixão divina através de atos de bondade e empatia. Que o espírito natalino nos guie ao longo do ano, inspirando-nos a sermos agentes de mudança positiva no mundo.

Feliz Natal a todos, cheio de amor, paz e esperança.

 

Rubens Nascimento, é jornalista, Bel. em Direito e Mestre-Maçom

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