Quinta-feira, 10 de agosto de 2023 - 14h46
Pretendo abordar neste texto sobre as escolhas que fazemos todos os dias
desde a hora que acordamos até a hora de irmos dormir e que nos afetam; somente
a nós, daí a grande importância de fazermos boas escolhas para vivermos
igualmente uma boa vida.
Para fazermos boas escolhas para nós, é necessário ter uma boa ideia de
quem somos (autoconhecimento).
Outro dia, assisti ao filme que ganhou o Oscar 2023, “Tudo em Todo o
Lugar ao Mesmo Tempo”, que além de abordar o tema do Multiverso, apresentou
como seriam as várias vidas que a heroína do filme (Michelle Yeoh) poderia ter
vivenciado, em decorrência de escolhas diferentes. Ou seja, cada escolha que
ela fizesse ensejaria uma vida diferente com impactos igualmente diferentes.
E mais que isso tudo, o filme nos passa uma linda mensagem, que é dar
significados e símbolos bons ou ruins para nossas vidas, honrar o que
escolhermos e sermos felizes é algo interno e que depende única e
exclusivamente de cada um de nós e de mais ninguém.
Parece óbvia e simples a mensagem do filme e de fato o é, acredito até
que a maioria saiba disso tudo. Porém, além de esquecermos essas obviedades, as
pessoas muitas vezes tendem a não ver o lado bom das coisas, pelo menos em um
primeiro momento e também tendem a se vitimizar por suas próprias escolhas
caindo numa infelicidade, culpa e frustração tremendas.
Outro dia minha mãe me contou que um professor deu uma folha de papel em
branco com um único e pequeno ponto negro no meio da folha para que os alunos
escrevessem sobre o que estavam vendo. O resultado desta experiência escolar
foi que todos os estudantes, sem exceção definiram o ponto negro tentando dar
explicação para sua presença no centro da folha. Moral da história, nenhum
deles viu a parte em branco da folha com inúmeras possibilidades. E o professor
disse a eles: “Assim acontece em nossas vidas, temos uma folha em branco
inteira para observar e aproveitar, mas sempre nos centralizamos nos pontos
negros”.
E é assim para todos nós. Importante termos consciência que a cada
escolha, decisão ensejarão vários efeitos sejam eles bons, ruins, médios etc.,
e muito certamente com ônus e bônus. Aqueles que escolhem com consciência,
maturidade de que nada em ninguém é perfeito, uma boa dose de conhecimento
sobre si tende a honrar suas escolhas e trilharem caminhos de vida mais
felizes, amorosos e significativos.
A sociedade com a qual interagimos constantemente traz grandes impactos
nas escolhas das pessoas, especialmente, mas não só, para aquelas pessoas que
estão inseridas no efeito manada. Vale aqui explicar a e expressão efeito
manada que se refere à tendência de indivíduos seguirem a opinião ou ação de um
grupo irracionalmente e sem analisar fatos ou fundamentos. Isso acontece devido
a influência de opinião de grupos na tomada de decisão individual, o que pode
resultar em comportamentos impulsivos.
Trazendo a baila um texto antigo; porém muito atual do
humorista, ator, autor americano e vencedor de cinco Grammys, George Denis
Patrick Carlin, que nasceu em 1937 e faleceu em 2008, que foi compartilhado, a
mim, por meus pais. Ele discorre o seguinte em um dos seus trabalhos:
“Nós bebemos demais, gastamos sem critérios, dirigimos
rápido demais, ficamos acordados até muito tarde, acordamos muito cansados,
lemos muito pouco, assistimos TV demais e raramente estamos com Deus.
Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores; nós falamos demais,
amamos raramente, odiamos frequentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a
viver, adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos. Fomos e
voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo
vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio. Fizemos muitas coisas
maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos
o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos;
planejamos mais, mas realizamos menos. Estamos na era fast-food e da digestão
lenta, do homem grande, de caráter pequeno, lucros acentuados e relações
vazias. Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares
despedaçados. Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis,
das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas mágicas. Um momento de muita
coisa na vitrine e muito pouco na dispensa. Uma era que leva essa carta a você.
E uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar “delete”.
Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão aqui
para sempre. Lembre-se de dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo, pois
não lhe custa um centavo sequer. Lembre-se de dizer eu te amo à sua companheira
(o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, se ame....se ame muito. Um
beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro. Por isso valorize
sua família e as pessoas que estão ao seu lado sempre.”
Se eu fosse escrever algo similar ao que Carlin escreveu,
faria alguns ajustes como por exemplo quando ele menciona família, há famílias
que valem a pena e outras que nem tanto, pois nem todos têm a sorte de vir de
uma família funcional, de um nível pelo menos nota 7 como diria um amigo meu;
não obstante, como disse o pensamento ainda é muito atual e vale a pena ser
compartilhado.
Para finalizar, meu pai muitas vezes mencionava para nós,
filhos e somos em três, a fórmula que ele tinha para a felicidade. Ele dentre
outras coisas também era matemático e sua fórmula era uma dízima periódica, que
consistia: 33,3 % de amor, 33,3% de saúde e 33,3% de dinheiro.
Desejosa de que façam boas escolhas para serem felizes
nessa breve jornada da vida, pergunto se já pensaram qual é a fórmula da
felicidade para vocês? Boas reflexões a todos.
*por Viviane Ribeiro Gago, facilitadora em Desenvolvimento
Humano, autora dos livros A Biografia de uma pessoa comum, Olhares para os
sistemas, Advocacia Corporativa, dentre outros; advogada e mestre em Direito
das Relações Sociais. Mais informações em site.
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